Sindpol/MG repudia a agressão de policiais militares contra Investigador da Polícia Civil em Contagem

4 de agosto de 2022

O Sindpol/MG repudia e exige providências do controle externo da atividade policial do Ministério Público, da Polícia Civil de Minas Gerais e da Corregedoria da Polícia Militar de Minas Gerais, diante da denúncia recebida pelo Investigador de Polícia Cássio, lotado na 1ª Delegacia Regional de Contagem, que foi abordado e agredido, ontem (3), sem nenhum motivo, por uma guarnição da Polícia Militar do 66º Batalhão da Cidade de Betim.

O Investigador de Polícia Cássio, trafegava em uma via, próximo ao Carrefour de Contagem, quando recebeu ordem de parada por uma viatura da PM. O policial civil, após identificar-se como policial civil, e tendo a certeza que o militares ouviram ele identificar-se, seguindo os protocolos, desceu do carro, disse que tinha sua funcional digitalizada no celular e mostrou que estava desarmado. O policial militar do banco do passageiro, saiu da viatura com a arma em punho, apontando para o peito do Investigador Cássio, e dizendo a todo instante que iria atirar, ofendendo-o, e dizendo que funcional digitalizada e merda era tudo a mesma coisa, que se de fato o Investigador Cássio fosse realmente um policial, ele seria um lixo de policial, uma vergonha para a instituição.

Ainda assim, Cássio, mantendo a tranquilidade, continuou a informar aos militares que era policial civil. Para sua surpresa, foi agredido pelos dois policiais militares, que deram-lhe uma rasteira e um golpe de mata leão, até desacorda-lo, e em seguida o algemaram, causando escoriações pelo corpo e lesões em seu pulso.

Em seguida, chegaram cerca de oito viaturas da PM, algumas do TÁTICO MÓVEL, e em uma delas um oficial, e ficaram insultando o Investigador Cássio, dizendo: “cala sua boca, seu bosta, seu merda, policial civil tem que se foder mesmo, quem manda somos nós”, bem como insultos à Instituição Polícia Civil. Eles só pararam com os insultos quando chegou ao local, duas viaturas da PUMA e uma do Plantão de Contagem, momento em que os militares começaram a dispersar. Ao fotografar as viaturas da PM, o Investigador Cássio foi ameaçado por um dos militares da viatura do Tático Móvel.

O investigador Cássio, precisou ser encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito, devido a brutalidade da ação dos policiais militares.

Vimos com muita preocupação essa crescente das ações abusivas da PM contra policiais civis, e creditamos essa culpa ao governador Romeu Zema, que vem sistematicamente atacando a imagem e os integrantes da Polícia Civil de Minas Gerais, bem como pela falta de uma defesa institucional da Polícia Civil.

“Reconhecemos o papel constitucional e a importância da PM no trabalho preventivo e ostensivo, mas não podemos tolerar atos dessa natureza. A harmonia, interação e coordenação no trabalho conjunto, exercido pelas Forças de Segurança Pública, é mais que necessário, é fundamental para a eficiência na prestação do serviço da Segurança Pública. O abuso deve ser apurado e reprimido pelo Governo do Estado e não fomentado, como vem acontecendo, sob pena de fracassarmos ainda mais no atendimento ao cidadão, no enfrentamento ao crime e a violência, resultando em consequências mais drásticas à sociedade mineira. É inaceitável uma atitude dessas”, pontuou o presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira.

O Sindpol/MG exige que todas as providências sejam tomadas e que esses policiais militares, envolvidos nessa abordagem arbitrária e desproporcional, sejam investigados e punidos por seus atos. Bem como seja apurado o motivo de oito viaturas de um Batalhão da PM da Cidade de Betim estar na Cidade de Contagem e deixando aquele município desguarnecido.