Roni Peixoto é suspeito de ligação com o tráfico de armas.

Roni Peixoto é suspeito de ligação com o tráfico de armas

Detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana da capital, desde anteontem, o traficante Roni Peixoto, 42, pode estar envolvido também com a venda ilegal de armas no Estado, segundo uma fonte policial que não quis se identificar. A possibilidade não é descartada pela Polícia Civil. Considerado o braço-direito de Fernandinho Beira-Mar, Roni estava foragido há um ano e três meses e, mesmo de longe, estaria ativamente ligado ao tráfico de drogas na capital e na região metropolitana.

A suspeita do envolvimento com o comércio ilegal de armas surgiu após a prisão do criminoso, em novembro de 2010, quando foram apreendidas com o grupo dele 12 armas novas, entre submetralhadoras com silenciador e pistolas israelenses de última geração, avaliadas pela Polícia Civil em R$ 70 mil. O processo referente à prisão tramita na Justiça.

O criminoso passou a ser investigado pela polícia de Goiás, onde esteve escondido desde janeiro deste ano e foi encontrado anteontem, em uma casa de luxo com forte proteção em Goiânia.

Favorecido pela Justiça com o regime semiaberto, Roni deixou a Penitenciária José Maria Alkimin, na região metropolitana, em julho de 2011 e não voltou mais. A promotoria de execução penal do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) vai pedir que a Justiça reconheça a fuga como falta grave e determine a regressão do regime semiaberto ao fechado. Essa foi a quarta vez em que ele recebeu algum tipo de benefício.

Segundo o procurador André Estevão Ubaldino, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado do MPMG, "a lei de execuções penais é bastante generosa" e estabelece que Roni ainda pode vir a ter algum benefício se tiver bom comportamento.

Especialista. Para o pesquisador e sociólogo Luiz Felipe Zilli, que estudou a Pedreira Prado Lopes – onde Roni atuou por muitos anos -, a prisão do bandido deve envolver uma investigação sobre o abastecimento de drogas na capital, e não ser só uma operação de repercussão. "Se ele é isso tudo que a polícia diz, cadê as condenações que o manteriam preso por vários anos, sem benefício?".

"As condenações no país são poucas. O que podemos fazer é continuar investigando", admitiu o delegado Wanderson Gomes.

 

Fonte: Jornal O Tempo, 6 de outubro de 2012