PRF encerra paralisação.

PRF encerra paralisação

A divergência de opinião deu o tom do acordo que os policiais rodoviários federais – em greve no Estado há nove dias – fecharam ontem com o governo federal. Conforme nota divulgada pelo Sindicato dos Policiais Rodoviários em Minas (SinPRF-MG), 13 Estados votaram a favor do acordo e, 11, incluindo Minas, queriam a manutenção da greve. Com a decisão, a paralisação foi encerrada em todo o país e os servidores voltaram a atender ocorrências e a fiscalizar rodovias de maneira ostensiva.

A nota do SinPRF-MG, assinada pela inspetora Maria Inês, ainda ressaltou que outra correção salarial poderá ser pleiteada em 2016. Os policiais aceitaram o reajuste de 15,8%, em três anos, além de alguns ítens relacionados à reestruturação da carreira, entre eles, o reconhecimento do nível superior para o cargo de policial rodoviário federal e a alteração dos nomes das classes de carreira para 1ª, 2ª, 3ª e Classe Especial.

Hoje, os salários estão entre R$ 5.804,95 e R$ 10.544,14. Em 2015, quando chegar ao fim o reajuste escalonado, eles receberão entre R$ 6.675,69 e R$ 12.125,76.

Outras reivindicações, como o pagamento dos adicionais noturno, de periculosidade e de horas extras não foram contemplados no acordo. "O índice de aumento não atendeu nossa expectativa, mas conseguimos diversos outros objetivos", afirmou o presidente da federação nacional da categoria, Pedro Cavalcanti.

Alguns grevistas chegaram a colocar os cargos à disposição, mas, segundo a federação, não terão problemas para retornar as atividades. Ninguém foi encontrado para comentar o retorno dos policiais às suas atividades na superintendência da PRF.

Justiça e fiscais
Grevistas mantêm agenda de protestos

Enquanto às negociações não avançam em Brasília, servidores em greve no Estado seguem realizando protestos na capital. Ontem pela manhã, auditores fiscais do trabalho entregaram à população kits com banana, abobrinha e abacaxi, em uma manifestação em frente à sede da Superintendência Regional do Trabalho, na região Centro-Sul. A categoria, que tem piso salarial de cerca de R$ 13 mil, pede um reajuste de 24%, divididos em três anos.

Os servidores o Judiciário Federal de Minas, que inclui o Tribunal Regional Eleitoral, o Tribunal Regional do Trabalho, a Justiça Federal e a Justiça Federal Militar, também fizeram uma manifestação ontem. Eles pedem um reajuste salarial de 30%. A categoria tem remuneração inicial de cerca de R$ 4.000 para o nível técnico, e de R$ 6.000 para o nível superior.

"Muitos servidores do interior têm aderido a greve. Vamos esperar as próximas reuniões, mas a nossa greve é por tempo indeterminado", disse o coordenador do sindicato dos servidores em Minas, Hebe-Del Kader Batista.

 

Fonte: Jornal O Tempo, 30 de agosto de 2012