Moradores reclamam de insegurança na região do bairro Gutierrez.

Moradores reclamam de insegurança na região do bairro Gutierrez

Nas ruas do bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte, o assunto ontem era um só. Em padarias, praças, salões de beleza e bancas de revista, moradores e comerciantes se diziam chocados com o latrocínio – roubo seguido de morte – que vitimou o universitário Matheus Salviano Botelho de Morais, 21, no fim da noite da última sexta-feira. Somado aos constantes assaltos, furtos e arrombamentos, o crime reacendeu o sinal de alerta na população local.

Quem mora ou trabalha no Gutierrez reclama da falta de patrulhamento ostensivo nas ruas que, antes, eram tidas como tranquilas. Ontem, no fim da manhã, a reportagem ficou por uma hora e meia no cruzamento da avenida Francisco Sá com rua André Cavalcanti – o ponto mais movimentado do bairro. Nenhuma viatura passou pelo local. Nas imediações, existem dezenas de lojas, três agências e um posto bancário, que, ontem, estavam cheios.

Os moradores colecionam histórias de medo. “Todos os dias, há problemas com a segurança aqui. O bairro já foi bem mais tranquilo”, lamenta a aposentada Lenita Vieira, 68, agarrada à sua bolsa, “por medo de ser assaltada”. Até quem nunca havia se preocupado com a insegurança mudou a postura. “Moro aqui há 35 anos, num apartamento de terceiro andar. Nunca tive grade porque nunca achei que fosse preciso. Mas vou fazer. Estou com medo”, conta uma aposentada de 65 anos, que não quis se identificar, enquanto conversava sobre o crime com mais duas amigas na rua Herculano de Freitas.

Até quem mora fora do Gutierrez, mas frequenta o bairro, reclama da insegurança. “Meu irmão já foi esfaqueado e assaltado aqui. Esse clima de insegurança é uma doença. É um câncer social”, diz a cabeleireira Raquel Paulino, 45, que tem familiares que moram no bairro.

COMÉRCIO. Entre os comerciantes locais, as queixas são as mesmas. Uma rede de fast-food, na rua André Cavalcanti, foi assaltada duas vezes nos últimos meses. A poucos metros, nem os videogames de um salão de beleza infantil escaparam. “Arrombaram aqui e ficamos no prejuízo”, diz a cabeleireira Marina Soares Ribeiro, 49.

Suspeitos do latrocínio são procurados

A Polícia Civil informou ontem que ainda não prendeu os suspeitos da morte do estudante Matheus Salviano Botelho de Morais, 21. Segundo a assessoria da corporação, as investigações estão sob o comando do delegado Hugo Malhano, do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp).

O major Lucas Pinheiro dos Santos Neto, comandante da 125ª Companhia do 22º Batalhão, informou que militares também estão em busca dos suspeitos. “Mas ainda não temos muitas informações”, afirmou.

Fonte: O Tempo