Minas Gerais tem 508 municípios carentes de delegados próprios, o que representa 59,5% das 853 cidades do estado. O déficit de profissionais foi um dos motivos para a realização de uma assembleia, nesta terça-feira (22), na sede do Sindicato dos Delegados de Polícia de Minas Gerais (Sindepominas), onde, além de melhores condições de trabalho, a categoria reivindicou aumento de salário.
Segundo o diretor do Sindepominas, o delegado aposentado Ronaldo Cardoso Alves, os delegados do interior são obrigados a ficar responsáveis pelas delegacias das cidades vizinhas, sendo que alguns deles chegam a assumir até dez municípios. “Isso é chamado de ampliação da competência. Quando um delegado fica responsável por várias cidades, ele acaba não dando conta do trabalho de nenhuma delas”, disse. Atualmente, 1.100 delegados estão em atividade no Estado, nas 345 cidades que contam com estes profissionais.
Sobre a questão financeira, Alves afirmou que o piso salarial de delegado no Estado é o segundo menor do país, perdendo apenas para o valor pago para esses profissionais no Pará, na Região Norte do Brasil. O valor em Minas é de R$ 5.700 e o aumento exigido elevaria o piso para R$ 10 mil. Procurada pela reportagem, a Polícia Civil não se pronunciou sobre o déficit. Já a e a Secretara de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) afirmou que avaliará as reivindicações de aumento salarial, mas informou que não justifica a presença dos delegados nessas 508 cidades, por elas serem de pequeno porte.
Fonte: Jornal HOJE EM DIA