Homicídios caem nas capitais do Sudeste, exceto em Belo Horizonte.

Homicídios caem nas capitais do Sudeste, exceto em Belo Horizonte

Os homicídios praticados contra pessoas de 15 a 24 anos avançam e parecem não dar sinais de trégua em Belo Horizonte. Enquanto nas demais capitais do Sudeste houve queda nos assassinatos nesta faixa etária, na metrópole mineira, o número de mortes criminosas de jovens aumentou 37%, de 2001 a 2011.

Proporcionalmente, cinco vezes mais jovens perdem a vida em BH do que em São Paulo. Na principal cidade mineira, a taxa de homicídios juvenis para cada grupo de 100 mil habitantes é de 100,4, ante 20,1 na capital paulista. Os dados, presentes no Mapa da Violência 2013, foram divulgados na quinta-feira 918) pelo Centro de Estudos Latino-americanos (Cebela). A base de dados é o Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

Segundo a pesquisa, são inaceitáveis índices como os de Salvador, Vitória, Recife, Fortaleza, Natal, Manaus, Belém e Belo Horizonte, com taxas que ultrapassam cem homicídios por grupos de 100 mil jovens.

Levando-se em conta registros de homicídios entre todas as faixas etárias, Minas Gerais novamente lidera entre os estados do Sudeste. O aumento de assassinatos, entre 2001 e 2011, foi de 66%, enquanto que Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo registraram queda de 1,6%, 43,9% e 67,7%, respectivamente.

O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do Mapa da Violência, avalia que os criminosos “vão onde a segurança está atrasada e deficiente”, gerando um novo desenho da violência. “Não foi uma migração meramente física, mas de estruturas”, diz.

Ele lembra que, nos estados e capitais onde eram registrados os índices mais altos de homicídios, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, houve redução significativa devido a investimentos na área.

 

 

 

Resposta
 
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) faz uma leitura diferente da pesquisa, ao destacar que o território mineiro continua na 22ª posição do ranking nacional de mortes. “Ou seja, manteve, nos últimos dez anos, a 6ª melhor taxa de homicídios do país. Quando a avaliação dos homicídios ocorre entre os jovens de 12 a 24 anos, o Estado possui a 11ª melhor taxa entre os 27 estados da federação”, informa, em nota.

Segundo a secretaria, os índices do período têm sido objeto de análise detalhada de especialistas em segurança pública do Estado e vão nortear novos investimentos em segurança pública para os próximos meses, como a entrega de 2.900 novas viaturas para as polícias Militar e Civil.

Quem lamenta a onda de homicídios é a dona de casa Geovana Mikeline, de 42 anos. Em 30 de junho, ela estava debruçada sobre o caixão do filho Jefferson Lemes, de 20 anos, assassinado por traficantes com um tiro nas costas, no bairro Turmalina, em Governador Valadares (Leste de Minas).

“Essa violência não vai ter fim. Não tem conserto não”, diz, descrente.
 

Fonte: Hoje em Dia