Em audiência, famílias de vítimas pedem fim da impunidade a menores
Frente ao grande número de homicídios ocorridos nos dois primeiros meses de 2014 na capital mineira, a Comissão de Segurança Pública convidou parentes e amigos de vítimas para uma reunião com as autoridades locais. Realizada nesta terça (18) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a audiência pública foi marcada pelas súplicas de civis para o fim da impunidade.
Emocionada, Ângela Maria da Fonseca, mãe de Matheus Salviano Botelho, 21, assassinado em 7 de fevereiro no bairro Gutierrez, resumiu as consternações dos presentes. "Roubaram e mataram o meu filho, e sei que eles não vão pagar pelo que fizeram. Serão Julgados pela idade, e não pelo crime que cometeram". Os dois menores acusados de matar Salviano irão cumprir medidas socioeducativas e terão pena máxima de três anos de reclusão. Familiares de Lívia Viggiano e Alexandre Werneck, assassinados no dia 3 de janeiro na Serra do Cipó, também estiveram presentes na ALMG.
O deputado Sargento Rodrigues (PT), que convocou a audiência, disse que os governantes têm negligenciado a dor dos parentes das vítimas e cobrou responsabilidades do governo, da polícia e da Comissão de Segurança Pública. Já Cabo Júlio (PMDB) criticou o Congresso pela rejeição do projeto de redução da maioridade penal e afirmou que a sociedade em breve vai virar um "faroeste".
Tráfico de drogas e armas de fogo
Para o chefe do Departamento de Investigação de Homicídios da Polícia Civil, Wagner Pinto, o tráfico de drogas é o grande responsável pelos recentes índices de homicídios na região metropolitana de Belo Horizonte. Na audiência, o delegado informou que, em janeiro e fevereiro de 2014, 295 assassinatos foram cometidos nas cidades de Belo Horizonte, Contagem, Betim, Ibirité, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Vespasiano e Sabará, dos quais 90% foram com armas de fogo. Além disso, a maioria dos acidentes ocorreria aos finais de semana e em aglomerados.
"O diagnóstico do crime de homícios está aí. Trabalhamos com dedicação e escassez de recursos humanos para tentar levar resultados para a sociedade e minimizar os conflitos", declarou o chefe do DIHPP.
Fonte: O Tempo