Desintegração: Novos conflitos reacendem debate sobre distorções na política de integração.

Desintegração: Novos conflitos reacendem debate sobre distorções na política de integração.

Sério episódio de conflito entre as forças Policiais reacendem o debate sobre disputa de espaço institucional, invasão de competência e demais distorções na política de integração do Governo Aécio/Anastásia.

SINDPOL/MG mais uma vez cobra marco regulatório e respeito às atribuições da Polícia Judiciária em Minas Gerais.

Veja  acobertura da matéria

Dois policiais civis são baleados por PM que os confundiu com ladrões

Dois policiais civis foram baleados por um cabo da Polícia Militar (PM) durante operação de combate ao tráfico de droga no bairro Juliana, em Venda Nova, região Norte de Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira (20).

As corregedorias das duas corporações vão apurar o caso, confirme garantiu a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

De acordo com a Polícia Civil, os policiais Marcelo Batista Bento, de 31 anos; e Marcelo Gonçalves Ferreira, 32, são lotados em Vespasiano, na região metropolitana, e investigavam o tráfico de droga na região quando abordaram um motoqueiro em atitude suspeita. “Os dois se identificaram como policiais e pediram os documentos do suspeito”, revelou uma testemunha, que pediu anonimato.

Durante a ação, a dona de uma papelaria teria entendido que se tratava de um assalto e avisou o marido, o cabo Samuel Cabral, 30, lotado no 49º Batalhão da Polícia Militar.  “Ele (PM) h estava levando água para a mulher e, ao ver os homens armados, voltou para casa, pegou o revólver. Nisso, eu só escutei os tiros, vindo de um lado e de outro. Ele não sabia que ali estavam policiais, e  também se identificou como um PM. O que aconteceu foi uma fatalidade", afirmou a mãe do cabo, Geralda Cabral, 59, que presenciou a cena.

Apesar da fala da mulher, não foi esclarecido se o militar se identificou como PM antes de atirar, pois os policiais civis baleados, e também o motoqueiro, afirmaram em depoimento que foram surpreendidos pelos tiros sem qualquer menção de que o homem fosse um militar. Os civis ainda garantiram que só revidaram aos tiros depois de terem sido atingidos.

No tiroteio, foram efetuados pelo menos 30 disparos, sendo que muitos atingiram o carro descaracterizado da Polícia Civil. Feridos, os dois agentes foram socorridos e levados para o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, onde permanecem internados. Eles não correm o risco de morrer. O PM não ficou ferido. "Quando eu estava entrando na papelaria, colocando crédito em meu celular, os caras me abordaram e se identificaram como civis. O primeiro tiro foi dado pelo PM", afirmou o motociclista Alex Goulart, 23.

Movimentação
Após os disparos, as ruas do bairro ficaram tomadas por viaturas das corporações. A decisão sobre para onde seria encaminhada a ocorrência demorou quase duas horas. Preso por dupla tentativa de homicídio, o cabo da PM foi encaminhado para a 7ª Delegacia de Venda Nova, onde prestou depoimento, acompanhado de sua mulher.

Prisões geraram impasse entre polícias
Após o tiroteio, policiais civis e militares ficaram por pelo menos duas horas na cena do crime. “A Polícia Militar queria levar a principal testemunha em uma viatura da sua corporação, mas não concordamos porque ela poderia ser coagida. Aí, ela foi transportada em um carro da Divisão Especializada de Operações Especiais (Deoesp)”, revelou um dos investigadores da Polícia Civil, que pediu para não ser identificado.

Também em anonimato, outro policial disse que a PM também queria encaminhar o cabo para o 13º Batalhão da Polícia Militar (BPM). “No entanto, o Código Penal determina que o suspeito tem que ser encaminhado para a delegacia de Polícia Civil”, disse. Quando, finalmente, o cabo era levado por militares para a 7ª Delegacia de Venda Nova, os PMs resolveram mudar o caminho, mas acabaram cercados pela PC, dando início a um novo impasse.

Segundo o Sindicato dos Policiais Civis, a tentativa da PM de impedir a ida do cabo à delegacia expõe a rivalidade entre as forças. A PM não se pronunciou sobre o caso.
As corregedorias das duas corporações vão apurar o caso, conforme garantiu a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

Veja matérias relacionadas

Fonte: O Tempo