Cadeia para Corruptos: Prisões por corrupção repercutem internacionalmente e acena por mudança de comportamento na Justiça e na Política brasileiras. Só falta agora o mensalão mineiro, a lista de Furnas e o escândalo do metrô paulista.

Cadeia para Corruptos: Prisões por corrupção repercutem internacionalmente e acena por mudança de comportamento na Justiça e na Política brasileiras.  Só falta agora o mensalão mineiro, a lista de Furnas e o escândalo do metrô paulista

As prisões decretadas pelo Presidente do STF Joaquim Barbosa  no último dia intensificaram o debate na sociedade brasileira com repercussão internacional sobre o combate vigoroso à corrupção política, nos altos escalões do poder. Reacendeu também a expectativa de celeridade na apuração de outros  processos de escândalos na cena Política Nacional, como o mensalão mineiro, do Ex Governador Eduardo Azeredo, a lista de Furnas o escândalo da Auston  e a companhia de trens paulistas nos Governos de covas e Alkmim.

 

Veja a cobertura da Matéria

Dirceu, Genoino e Delúbio já estão em regime semiaberto

 

O ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foram transferidos para o regime semiaberto de prisão. A decisão foi tomada pela Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

Os três, condenados no processo do mensalão, foram  transferidos do Complexo Penitenciário da Papuda para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), localizado no mesmo complexo.

Os envolvidos no mensalão têm direito a cumprir a pena no regime semiaberto por terem recebido penas abaixo de oito anos de prisão. Dirceu vai cumprir pena inicial de sete anos e 11 meses de prisão, Delúbio irá cumprir seis anos e oito meses, e Genoino terá pena inicial de quatro anos e oito meses.

Antes da decisão, o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados Brasil (OAB), Wadih Damous, disse que a prisão de José Genoino, em regime fechado, era ilegal. O advogado de José Dirceu também reclamou do regime de prisão e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que fosse garantido ao réu o cumprimento da pena inicial de sete anos e 11 meses de prisão.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 18, esperar que os réus do mensalão que tiveram a prisão decretada na sexta-feira, 15, feriado do Dia da Proclamação da República, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, muitos dos quais militaram ao lado dele no PT, como o ex-deputado José Dirceu (PT-SP), o ex-presidente nacional do partido José Genoino e o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares, possam ir para o regime semiaberto. "Estou aguardando que a lei seja cumprida e, quem sabe, eles vão para o regime semiaberto", disse Lula, ao ser perguntado se visitaria os réus.

Apesar da declaração, ele evitou comentar a prisão de Dirceu, Genoino e Delúbio. "Não faço julgamento da Suprema Corte", disse acrescentando que a sigla já soltou uma nota que "condiz com a realidade do momento". De acordo com Lula, há ainda alguns embargos infringentes para serem votados, por isso ele prefere aguardar o que acontecerá. "Estou dizendo para vocês há muito tempo que vou esperar o julgamento total. Aí, sim, eu gostaria de falar sobre o assunto."

O ex-presidente, que participou nesta segunda-feira, 18, da conferência O negro rumo a 2022, organizada pela Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, e que teve a presença do presidente da Guiné, Alpha Condé, e do reverendo Jesse Jackson, dos Estados Unidos, enfrentou uma saia-justa quando o reitor da faculdade, José Vicente, fez uma referência em discurso ao fato do primeiro ministro negro do STF, Joaquim Barbosa, ter sido nomeado por Lula. Todos aplaudiram, efusivamente. O ex-presidente resistiu, mas aplaudiu também.

Durante a palestra na conferência, Lula lembrou da criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República e disse que sempre se questionou de o porquê de o Brasil ser a segunda maior nação negra depois da Nigéria e não tratar os negros com igualdade.

 

Fonte: O Tempo