Enquanto a estrutura da Polícia Civil de Minas Gerais sofre com a falta de efetivo, viaturas paradas por falta de combustível e delegacias com infiltrações e equipamentos ultrapassados, o governo de Romeu Zema (Novo) bate recordes em renúncias fiscais para grandes empresas. Segundo dados divulgados pela Secretaria da Fazenda e compilados pelo jornal O Tempo, as isenções aumentaram em 47,6% desde o início do segundo mandato do governador, saltando de R$ 15,3 bilhões em 2022 para R$ 22,7 bilhões em 2025.
Diante desse cenário, o Sindpol/MG denuncia o abandono da Polícia Civil, que, mesmo sendo uma das instituições mais essenciais à segurança pública, tem apenas 0,13% do orçamento do Estado. “É um verdadeiro escândalo. O governo alega crise e contingencia R$ 1,1 bilhão do orçamento, mas abre mão de quase R$ 23 bilhões em renúncias tributárias. Quem está pagando essa conta somos nós, policiais civis, e o povo mineiro, que sofre com a falta de estrutura e segurança”, afirma Wemerson Oliveira, presidente do Sindpol/MG.
Segundo o sindicato, o governo estadual tem deixado delegacias caírem aos pedaços, empurrado policiais à exaustão e negado investimentos em tecnologia, infraestrutura e efetivo. “É um modelo de gestão que privilegia o lucro dos grandes e sacrifica os trabalhadores da base, como nós da Polícia Civil, que sustentamos a segurança pública com suor e, muitas vezes, com a própria saúde”, critica Wemerson.
Além disso, a denúncia aponta que o crescimento das isenções fere inclusive as regras do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), ao qual Minas está vinculado. A legislação determina a redução de benefícios fiscais, não o aumento.
“Zema congela os gastos da segurança pública, mas oferece privilégios bilionários para setores econômicos já favorecidos. Enquanto isso, o policial civil segue sem valorização, sem condições mínimas de trabalho e sem salário digno”, conclui o presidente do Sindpol.
O Sindpol exige transparência, responsabilidade fiscal com justiça social e investimento real em segurança pública. O sindicato continuará denunciando os absurdos e cobrando prioridade para quem realmente está na linha de frente: os servidores e a população mineira.