O governo de Minas Gerais, por meio do governador Romeu Zema e do vice-governador Mateus Simões, anunciou neste fim de semana a nomeação de 233 novos servidores para a Polícia Civil (PCMG). O grupo é composto por investigadores, escrivães, peritos criminais e médicos-legistas.
Para o Sindpol-MG, a notícia traz um alívio imediato, mas está longe de resolver o colapso estrutural da segurança pública. Em posicionamento oficial, o sindicato classificou o reforço como “uma gota no oceano” diante da realidade das delegacias.
Boas-vindas aos novos guerreiros
O presidente do Sindpol-MG, Wemerson Oliveira, fez questão de parabenizar os novos colegas que ingressam na força policial.
“Aos colegas que chegam: Parabéns! Sejam muito bem-vindos! Vocês são guerreiros e muito aguardados por quem está lá na ponta, sofrendo com a sobrecarga de trabalho. A chegada de vocês é vital para oxigenar nossas unidades”, afirmou.
Propaganda x Realidade: Os números do déficit
Apesar da celebração pela conquista individual dos nomeados, o Sindpol-MG alerta para o risco de uso político da medida. A entidade critica a tentativa do governo de usar essas nomeações pontuais para maquiar o sucateamento da instituição.
Segundo levantamento do sindicato, a Polícia Civil opera hoje com quase 50% de déficit de pessoal. A comparação entre o que prevê a Lei Orgânica e a realidade dos fatos é alarmante:
- Quadro Geral: A Lei prevê cerca de 17.000 cargos, mas a instituição opera com pouco mais de 10.000 policiais na ativa.
- Investigadores: O quadro deveria ser de 11.000 agentes. Hoje, temos menos de 6.000 para atender 853 municípios.
“Essas 233 nomeações são um alívio, sim, mas não resolvem o problema. É como tentar apagar um incêndio com um copo d’água. Segurança Pública não se faz com ‘tapa-buraco’ e nem com marketing, se faz com investimento real”, pontua a nota do sindicato.
A cobrança continua: Chamamento dos Excedentes
Diante desse cenário, o Sindpol-MG reafirma que a luta pela recomposição do efetivo não vai parar. A entidade exige que o Governo do Estado vá além das medidas paliativas.
As principais reivindicações do sindicato para mitigar a crise de pessoal são:
- Nomeação de TODOS os excedentes aprovados em todas as fases dos concursos vigentes;
- Andamento célere para os candidatos que já foram aprovados nas provas objetivas;
- Valorização salarial real para estancar a evasão de policiais para outros estados.
“Aos novatos: bem-vindos à luta! Ao governo: a cobrança continua. Precisamos de efetivo de verdade para investigar e proteger o povo mineiro”, finaliza Wemerson Oliveira.
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