Em reunião extraordinária do Conselho de entidades da Cobrapol (Confederação Brasileira de Policias Civis), ocorridas no último dia 21 e 22 de Julho, representando o Sindpol/MG, a delegação de Minas, nas pessoas do vice presidente Antônio Marcos Pereira (“Toninho Pipoco”) e do diretor administrativo José Maria de Paula “Cachimbinho”, debateram profundamente a conjuntura nacional dos policiais civis e do funcionalismo público como um todo, e os reflexos e impactos causados com a aprovação da Reforma Trabalhista, que afetam o financiamento e o funcionamento das Instituições sindicais de 3º grau (Federações, Confederações e Centrais Sindicais), bem como a possível aprovação da Reforma da Previdência, que extingue direitos sacralizados do funcionalismo e, em especial, a aposentadoria especial dos policiais civis, quebrando também a paridade e a integralidade.
A fala dos dirigentes e analistas convidados, ficou claro que a estratégia do Governo Federal e dos parlamentares do Congresso, é de enfraquecer de pronto as entidades sindicais que fazem um tensionamento ideológico e orgânico, contra os abusos e excessos dos Governos.
A intenção do Governo é impedir, por asfixia, que os sindicatos e suas representações dificultem a aprovação de matérias que retiram direitos da classe trabalhadora, é impedir que os sindicatos mobilizem as categorias em Brasília e em seus respectivos Estados, a fomentar embate e luta, seja diretamente com mobilizações ou indiretamente com ações judiciais, na defesa dos interesses e direitos de seus representados. Sem financiamento advindo de contribuições sindicais (principal fonte das Centrais, Federações e Confederações), essas entidades, que têm competência constitucional de arguirem as ações do Governo em nível Federal, perdem força e condições essenciais de subsistirem.
Nesse encontro também ficou claro a necessidade de que em curto e médio prazo, as entidades sindicais se reorganizem, reestruturem e refazem seus planejamentos e planos de meta e atuações para o próximo exercício de 2018 e ainda articulem novas estratégias para esse resto de semestre, onde o risco de novas perdas em âmbito nacional se afigurem no cenário político.
Foi debatido também os investimentos feitos no primeiro semestre, na luta contra a Reforma da Previdência, o que foi reconhecidamente muito estratégico e positivo, pois adiou a votação da PEC. Foi somente pela força da atuação da Cobrapol, dos sindicatos filiados e de setores organizados do funcionalismo público, que tencionaram mês a mês, semana a semana, dia a dia, no Congresso Nacional, com manifestações, mobilizações e até ocupações, que esse projeto malévolo e bem arquitetado do Governo, não foi aprovado, sendo colocado em segundo plano e tendo vários pontos modificados face essas pressões. Não fossem essas lutas e investimentos, talvez hoje o texto base da Reforma da Previdência já teria sido aprovada com toda a sua carga de transformações nocivas ao interesse público.
O presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra, disse que o momento é de tensão, mas sobretudo de união, e que cada entidade, sindicato, Federação e dirigente, devem envidar todos os seus esforços no mesmo sentido que iniciamos a nossa luta contra a Reforma da Previdência, em dezembro de 2016, de lá para cá, já se foram 8 meses de luta intensa e desgastes evidentes, mas que a Cobrapol, juntamente com demais entidades, em especial a UPB (União dos Policiais Brasileiros), que foi formada para esse fim, iremos vencer esse debate.
O vice presidente do Sindpol/MG, Antônio Marcos Pereira (“Toninho Pipoco”) e o diretor administrativo José Maria de Paula “Cachimbinho”, avaliaram os dois dias de reunião como muito positivas e serviram com certeza para aclarar, em âmbito geral, que não podemos jamais esquecer da conjuntura nacional, pois essa sim têm repercussão geral nos Estados e também da fundamental importância de fortalecermos a nossa Confederação, a Cobrapol, único órgão com competência e legitimidade para nos defender a nível nacional. “E mesmo sem o imposto sindical, com todas as dificuldades impostas pelo Governo Federal, na intenção de extinguir as nossas entidades de nível superior, nós nos Estados, entidades estaduais, sindicatos, associações e congêneres, devemos nos esforçar e investir recursos para a manutenção e funcionamento da nossa Confederação, pois sem ela a luta certamente fica mais difícil”, afirmou o vice presidente. Também não pode se excluir e nem diminuir em nada a luta Estadual por valorização, cobrando do Governo Pimentel, aquilo que compete a sua instância na defesa dos direitos dos policiais e operadores de Segurança Pública, principalmente naquilo que foi prometido em campanha. “E o Sindpol/MG vai cobrar e já está cobrando todos os dias essa fatura (concurso, equiparação, pontualidade no pagamento dos salários, reestruturação, dentre outros). O fortalecimento da nossa luta Nacional também reflete na luta Estadual”, concluiu Antônio Marcos Pereira (“Toninho Pipoco”).