Sindpol fiscaliza Delegacia de Homicídios de Betim e denuncia abandono e falta de efetivo

3 de julho de 2025

Durante visita de fiscalização à Delegacia Especializada de Homicídios de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira, denunciou o estado de abandono, falta de estrutura e efetivo insuficiente que colocam em risco não só o trabalho investigativo da Polícia Civil, como também a segurança da população.

A unidade, instalada em um imóvel alugado, apresenta infiltrações graves, paredes danificadas, mofo e mato alto no entorno, o que evidencia a total precariedade das condições de trabalho.

“O que encontramos aqui em Betim é o reflexo do que está espalhado por quase todo o estado: delegacias sucateadas, investigadores sobrecarregados e falta de investimento real na segurança pública”, afirmou Wemerson durante a fiscalização.

Segundo o presidente, a delegacia opera em regime de plantão 24 horas ininterrupto, mas conta com apenas 15 investigadores, 3 escrivães e 1 delegado, número muito aquém do necessário para a demanda da cidade, que sofre com altos índices de homicídios e avanço do crime organizado.

Além disso, falta material básico para o trabalho. Policiais estão usando notebooks pessoais para dar conta das investigações, enquanto os computadores existentes têm mais de 15 anos de uso. A situação foi considerada “absurda” pelo sindicato.

“Se o governo não investe na Polícia Civil, é porque não quer combater de verdade o crime organizado. O que vemos em Betim é uma prova disso. Faltam delegados, faltam escrivães, faltam investigadores e sobra violência”, denunciou Wemerson.

O presidente do Sindpol reforçou que a criminalidade só se combate com investigação, e que a Polícia Civil precisa de estrutura, efetivo e valorização para cumprir seu papel. Ainda segundo ele, organizações criminosas têm avançado na Grande BH, especialmente em Betim, e a ausência do Estado é um convite ao fortalecimento do crime.

“Enquanto o governador Romeu Zema continua ignorando a segurança pública, quem sofre são os policiais civis e a população. O Sindpol vai continuar fiscalizando as delegacias, ouvindo os colegas e denunciando esse sucateamento criminoso da Polícia Civil de Minas Gerais”, concluiu.

O sindicato reafirma seu compromisso com a categoria e cobrará do Governo do Estado medidas urgentes para reverter esse cenário de negligência.