Em mais uma ação de fiscalização, o presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira, e a diretora de Assuntos da Mulher, Vânia Cristina, estiveram nesta semana na Delegacia Regional de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O que encontraram confirma um cenário que se repete em diversas unidades da Polícia Civil de Minas Gerais: falta de efetivo, ausência de estrutura e risco iminente para policiais e população.
Durante a visita, foi constatado que a única viatura de transporte de presos é um Hyundai Creta, sem grade de proteção no compartimento traseiro. “Já houve fuga e, recentemente, aconteceu de novo. O veículo não tem sirene, nem giroflex funcionando. E como se não bastasse, não tem nem rádio de comunicação”, denunciou Wemerson. O presidente do Sindpol alertou ainda para o risco de transporte de presos perigosos em vias congestionadas, sem equipamentos de emergência adequados, o que coloca em risco a segurança dos policiais e da sociedade.
Outro grave problema relatado foi o procedimento de entrega de presos ao presídio, que é feito do lado de fora da unidade prisional, sem um local seguro para parada da viatura. “O policial fica com o preso do lado de fora, exposto, esperando conferência de documentos. É um risco de fuga e um perigo para qualquer pessoa que esteja passando”, completou.
No ambiente interno da delegacia, o cenário é de péssimas condições sanitárias e estruturais. A unidade sofre com infestação de escorpiões e nem mesmo água potável está disponível para os servidores e cidadãos que buscam atendimento. “Se não bastasse tudo isso, mães ainda acreditam que seus filhos estão seguros jogando bola na quadra ao lado. Não estão. Já houve fuga por buracos no muro, com criminosos entrando pela quadra e fugindo da delegacia”, alertou a diretora Vânia Cristina.
A diretoria do Sindpol informou que o problema da água foi relatado ao inspetor-geral David, que garantiu a resolução. No entanto, o sindicato orienta que, caso o abastecimento continue irregular, seja feito contato direto com o Sindpol para que as providências sejam tomadas.
“Vamos continuar fiscalizando, cobrando e mostrando a realidade. Quem é responsável por esse descaso é o governador Romeu Zema, que abandona a Polícia Civil de Minas Gerais e se nega a investir na estrutura que realiza as investigações criminais no nosso estado”, finalizou Wemerson.