O Sindpol-MG realizou uma visita técnica à Delegacia de Atendimento às Mulheres e à Delegacia de Atendimento ao Idoso de Juiz de Fora, ambas localizadas dentro de um shopping no Centro da cidade. A inspeção contou com a presença do presidente do sindicato, Wemerson Oliveira, e do vice-presidente, Toninho Pipoco, que constataram uma série de irregularidades e condições inadequadas de trabalho para os policiais civis e de atendimento à população.
Segundo o levantamento, as unidades funcionam em salas improvisadas, adaptadas de antigas lojas, sem a infraestrutura básica para o exercício das atividades. Nenhuma das salas possui pia ou torneira, e os policiais precisam utilizar banheiros do próprio shopping, que é pago. Além disso, as delegacias ficam ao lado de estabelecimentos como uma tabacaria que comercializa facas, canivetes e soco inglês, aumentando o risco de violência no local.
A Delegacia de Mulheres, responsável pelo atendimento a vítimas de violência doméstica e crimes sexuais, sofre com falta de psicólogos e de estrutura para acolhimento humanizado. O setor de atendimento psicológico e às crianças vítimas de violência sequer funciona. Atualmente, a unidade conta com apenas sete investigadores, três escrivãs e quatro delegadas, número insuficiente para a demanda de toda a região.
Outro problema relatado é a falta de segurança para as vítimas. Já houve casos de agressores circulando pelo shopping e até vigiando vítimas que aguardavam atendimento.
“Se um autor de violência doméstica quiser agir, basta quebrar um vidro e ter acesso a armas brancas vendidas ao lado da delegacia”, alertou Wemerson.
A Delegacia de Atendimento ao Idoso, instalada no mesmo espaço, enfrenta as mesmas condições precárias. Para o Sindpol, a situação é reflexo direto do abandono da segurança pública em Minas Gerais pelo governador Romeu Zema, que, mesmo diante do aumento nos índices de feminicídio e tentativas de estupro infantil, não tem investido em efetivo, estrutura e políticas de prevenção.
📢 O Sindpol reforça que seguirá denunciando e cobrando providências para garantir condições dignas de trabalho para os policiais civis e atendimento seguro e humanizado para as vítimas.