Sindpol denuncia: investigações estão paradas e crime organizado avança em Minas Gerais

1 de outubro de 2025

Investigações paradas e prejuízo para a população

O Sindpol/MG fez um alerta grave sobre a situação da Polícia Civil em Minas Gerais. Segundo o presidente da entidade, Wemerson Oliveira, a maioria das delegacias está funcionando de forma precária, com os serviços praticamente parados.

Atualmente, os policiais civis atuam quase exclusivamente em ocorrências encaminhadas pela Polícia Militar, enquanto investigações fundamentais ficam sem andamento. “Quem está perdendo com isso, com certeza, é o cidadão”, afirmou Wemerson.

Propaganda x realidade

O presidente do Sindpol criticou duramente o discurso do governador Romeu Zema, que insiste em dizer que Minas Gerais é um dos estados mais seguros do Brasil. “Se formos listar todos os estados e o Distrito Federal, Minas está na 26ª colocação em termos de segurança. Essa propaganda não reflete a realidade”, destacou.

Crime organizado em expansão no Estado

Para o sindicato, o maior risco desse sucateamento é o crescimento das organizações criminosas em território mineiro. A falta de investigações compromete a capacidade de prender líderes e integrantes de facções como o PCC e o Comando Vermelho, que já disputam espaço em Minas Gerais, inclusive na capital, Belo Horizonte.

“Não se combate o crime organizado com policiamento ostensivo, mas com investigação qualificada. É a Polícia Civil que tem a atribuição de desarticular facções criminosas. Quando essa atividade é deixada de lado, quem ganha força é o crime organizado, e quem perde é toda a sociedade”, explicou Wemerson.

Sindpol cobra valorização e condições de trabalho

O Sindpol/MG reforça que a situação atual é reflexo direto da falta de investimento do governo estadual na Polícia Civil. Com efetivo reduzido, delegacias sucateadas e servidores sobrecarregados, o trabalho investigativo fica comprometido.

“Estamos assistindo ao avanço das facções em Minas justamente porque a Polícia Civil não recebe as condições necessárias para cumprir seu papel. É urgente recompor o efetivo, investir em estrutura e valorizar os policiais civis, caso contrário a criminalidade só vai crescer”, concluiu o presidente do Sindpol.