O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol/MG) realizou uma visita técnica à Central de Flagrantes 4 (Ceflan 4), localizada na Avenida João XXIII, no bairro Alípio de Melo, em Belo Horizonte. A inspeção, feita pelo presidente do sindicato, Wemerson Oliveira, e pela diretora de Assuntos da Mulher, Vânia Cristina Correa, revelou um cenário de abandono e precariedade que compromete o trabalho policial e o atendimento à população.
Durante a vistoria, foram constatados pisos quebrados, cadeiras danificadas, fiações expostas e extintores de incêndio vencidos há anos. O elevador da unidade não funciona, e materiais apreendidos ficam armazenados em corredores, colocando em risco a segurança das investigações.
Outro problema grave identificado é a falta de modernização nos procedimentos: a identificação criminal dos presos ainda é feita em fichas de papel, sem uso de coleta biométrica digital. Além disso, faltam luvas, máscaras e equipamentos de proteção individual (EPIs), obrigando os investigadores a lidarem diretamente com os presos sem segurança adequada.
A visita também constatou superlotação carcerária, com condições insalubres e mau cheiro intenso, colocando em risco a saúde de policiais e presos. No atendimento ao público, o cenário é de caos: mais de 12 ocorrências aguardavam registro, incluindo casos de furto de veículos, receptação e cumprimento de mandados de prisão.
O problema se agravou após o fechamento da Deictran, na Avenida João Pinheiro. As ocorrências de trânsito passaram a ser direcionadas para a Ceflan 4, sem que houvesse treinamento ou reforço de efetivo para os investigadores de polícia.
Para o presidente do Sindpol, a situação é reflexo do abandono da Polícia Civil pelo governo mineiro:
“A polícia não vende mercadorias, governador Zema. Ela entrega segurança. E, para isso, precisa de estrutura, valorização e condições dignas de trabalho”, afirmou Wemerson Oliveira.
O Sindpol/MG informou que está elaborando um relatório detalhado sobre as irregularidades encontradas na Ceflan 4 e que irá encaminhar o documento ao Ministério Público, cobrando providências urgentes.