Reminiscências da greve 2011.

Reminiscências da greve 2011

Após deliberação de toda a categoria, que durante o ano inteiro de 2011 se mobilizou pelas reivindicações, cujos frutos já começamos a colher, a greve foi encerrada no dia 1 de dezembro. Sanadas as celeumas e indagações, bem como os atritos e imperfeições comportamentais de considerável parte da Administração Superior da Polícia que, atendendo a ordens expressas do governo central, reprimiu e coagiu severamente os trabalhadores que buscavam benefícios e valorização, que também se estenderiam aos seus Chefes, a sacia de punir e prestar contas de algo que nunca existiu, não parou com o fim da greve, cuja legitimidade se manteve inatacada, já que não houve nenhum dia de ponto cortado, tampouco falta ao serviço, pois a greve, considerada LEGAL e sem abusos, previu, de forma estratégica, apenas a redução do atendimento em 50%, da capacidade sucateada da tão combalida Polícia Civil.

Causou-nos estranheza que, mesmo após vários diálogos com a Administração Superior da Polícia Civil, em especial o Chefe Dr. Jairo e seu Adjunto, Dr. Jésus, além de seus assessores,  nos depararmos com um e-mail que circulou, no mês de janeiro, no Departamento de Juiz de Fora, aonde a Chefia da unidade cobrava informações acerca de procedimentos apuratórios de participação de policiais civis da área no movimento grevista, conforme peça anexa, ou seja, o maior inimigo da polícia, mora em seu ventre e abriga em suas entranhas. Se a greve não foi declarada ilegal; se não houve multa, ou censura aplicada ao SINDPOL/MG, se o próprio governo negociou e reconheceu a interrupção da greve como avanço resultante das reivindicações; se o resultado da greve está sendo reconhecido como positivo para todos: subordinados e chefias; se não há mais objeto de análise sobre a razão, motivação e exaustão da greve, qual o porquê, ou porquês de tal impedimento? Logo se deduz que não é difícil encontrar autoridade coatora ou arbitrária para os próximos e futuros processos impetrados pelo SINDPOL/MG, para que a Justiça diga o direito a ser resgatado, restabelecido e garantido aos servidores esbulhados.

Outra constatação que temos da greve, que lembremos, foi um instrumento provocador dos reajustes conquistados do governo, também do pagamento do Prêmio por Produtividade 2010, e finalmente pelo envio de um Projeto de Lei Orgânica enviado à ALMG a ser aprimorado e apreciado no parlamento mineiro através da presença construtiva e protagonista do SINDPOL/MG, é que as ações que impetramos contra autoridades coatoras, nem sempre são, em primeira instância, acatadas ou deferidas, como foi o caso da representação na Comissão de Ética da OAB contra o artifício e informação inverídica e depreciativa ao SINDPOL/MG, promovida pela AGE, durante todo o processo reivindicatório, tentando induzir a erro, o Judiciário mineiro, com o fito de declarar a ilegalidade do movimento, como se pode ver no fundamentado despache de arquivamento do feito confeccionado pelo Iminente Advogado Relator, Presidente da CED – OAB/MG.

Nesta mesma esteira, soma-se a isso, o saldo de reflexão sobre os processos que membros da direção do sindicato, receberam de autoridades e também da corregedoria, pelo altruístico ato e gesto de trabalharem e se pronunciarem, de forma corajosa, em defesa da categoria, da segurança pública e, por conseguinte, da sociedade. Tudo isso faz parte do dia a dia sindical.
Como nem tudo são espinhos, também da greve restou, a grande manifestação de apoio advinda da base da polícia, através da significativa participação de representantes de todas as classes policiais (de Administrativos à Delegados), inclusive, se expondo de forma didática e pedagógica, fortalecendo ainda mais, o nosso movimento.
Finalmente, também restou frutificado neste processo, a participação destacada do Ministério Público Estadual, que através de seus órgãos, espalhados por todo o Estado, acompanhou de perto toda a mobilização promovida pelos policiais civis, capitaneado pelo SINDPOL/MG, vindo ao término da greve, responder, com grau de reconhecimento da importância das decisões tomadas pelo movimento. Conforme documentação anexa.

Feitas estas considerações, a direção do SINDPOL/MG espera informar, responder e tranquilizar as indagações da base da polícia, dirigidas ao sindicato, em razão dos procedimentos pós-greve que, algumas instâncias, resistentes à soluções defendidas pela modernidade e vanguarda da atividade sindical, que tudo faz pelo bem estar e valorização da categoria.
Reforçamos o compromisso de continuar lutando e defendendo a nossa categoria representada, de toda sorte de abusos e ataques aos interesses, direitos e benefícios, tomando todas as providencias necessárias para este fim, como já estamos fazendo no caso em estudo.