Mesmo sem estrutura, sem efetivo e com salários entre os piores do país, os policiais civis de Minas Gerais continuam fazendo seu trabalho com excelência. Nesta sexta-feira (13), a Polícia Civil prendeu um dos maiores ladrões de carros do Brasil, suspeito de integrar uma quadrilha interestadual especializada em furtar caminhonetes de luxo na capital e região metropolitana.
A operação é mais uma prova do compromisso e da capacidade dos policiais civis mineiros, que seguem atuando mesmo sob forte sobrecarga e sem o mínimo de condições adequadas de trabalho. A ação acontece em um momento alarmante: Minas Gerais foi o segundo estado com mais furtos de veículos em 2024, com 24.322 ocorrências, atrás apenas de São Paulo. O número representa um crescimento de 4,83% em relação ao ano anterior, colocando o estado como o quinto com maior aumento de furtos no país.
Esses dados contradizem a narrativa do governador Romeu Zema, que insiste em afirmar que Minas é o estado mais seguro do Brasil. O presidente do Sindpol-MG, Wemerson Oliveira, critica duramente a omissão do governo estadual.
“A segurança pública está sendo empurrada com a barriga. Zema vive em uma bolha, viajando para o exterior e se promovendo nas redes sociais, enquanto policiais civis adoecem sob pressão e a criminalidade aumenta nas ruas”, afirma Wemerson.
Minas Gerais ocupa hoje a quarta pior colocação do Brasil no ranking de salários para policiais civis. A falta de concursos, de valorização e de investimentos estruturais tem deixado a categoria em estado de alerta permanente. Ainda assim, operações como a de hoje são realizadas graças à dedicação dos servidores — e não por mérito do governo.
O Sindpol-MG segue cobrando do Executivo estadual ações concretas para melhorar as condições de trabalho e garantir o mínimo de dignidade para quem arrisca a vida todos os dias. O sindicato também reforça que a segurança pública não pode mais ser tratada com descaso e abandono.
“O que os policiais civis de Minas precisam não é de discurso pronto, mas de valorização real. Basta de propaganda enganosa, governador”, finaliza Wemerson.