A violência e a criminalidade que nos assusta a cada dia, também tem a sua origem, nos exemplos propagados pela elite política que governa o nosso país. Sessões intensas em doses cavalares de informações de corrupção, desvio de recursos públicos, negociadas, institucionalizadas nos bastidores do poder, transmitidas em tempo real e, em todas as mídias (rádio, TV, jornais, revistas e internet), no país que tem mais smartphones do que cidadãos, não poderia revelar um resultado diferente.
Somos a Nação que mais mata e morre de forma violenta em tempos de paz. Somos o país mais violento do mundo, aonde se banaliza o assassinato de mais de 57 mil pessoas todos os anos, e nessa esteira de mazelas, não é diferente a escalada de furtos, roubos, violência doméstica, violências e infrações no trânsito, estupros, intolerância e o tráfico de drogas. Soma-se a isso também a recente flexibilização do Governo às regras de fiscalização ao trabalho escravo, na Portaria do Ministério do Trabalho nº 1.129/2017, chaga social vergonhosa que mancha a organização do trabalho em nossa sociedade. Demonstrando o verdadeiro divórcio da classe política, do drama social, enfrentado pelo povo brasileiro.
Aqui, para todo o resto do mundo, parece que o crime realmente compensa, que vale a pena roubar, traficar, corromper, defraudar, depois delatar e ficar impune. As lições da psicologia e criminologia forense nos ensina que a impunidade é o fermento da massa da criminalidade. É através dele que o delinquente se sente instigado e seduzido para a continuidade delitiva, galgando a cada dia um degrau, um grande pódio e escalada para o crime. E no caso dos nossos políticos, com raríssimas exceções, há um misto de orgulho, predestinação vocacional e confessional para a “falcatrua”, é como se esta conduta fosse inerente ao seu status de mandato, que lamentavelmente é conferido, por mais discutível que seja, pelo consenso democrático de cada cidadão, pelo voto digitado na urna no dia da eleição.
Os últimos resultados dos julgamentos do Congresso Nacional devem servir de reflexão para cada cidadão brasileiro, para nos ajudar a discernir por uma mudança de cultura, que deve vir conjugada com a mudança de voto e não com a abstenção desse importante instrumento.
O Brasil do futuro que queremos, moderno, desenvolvido, inclusivo, sustentável e justo, mais seguro e cidadão, passa por políticos melhores, por representantes melhores e projetos maiores, mais próximo da realidade de seu povo, compatível com suas demandas coletivas e comunitárias, e que se identifiquem com os princípios, costumes e as tradições típicas de sua região. O político e representante devem espelhar e refletir a imagem do povo que o elege, e temos a certeza que a nação brasileira é feita e composta, em sua imensa maioria, de pessoas de bem, de um povo bom, ordeiro e trabalhador, que espera e merece dias melhores e mais dignos.