Trabalhar com a proteção das comunidades rurais não é uma tarefa fácil. Tanto que existem vários trabalhos acadêmicos que tratam do assunto, seja pelo ponto de vista da Polícia Militar ou da Polícia Civil. Afinal, existem diferenças expressivas na organização social e geográfica de centros urbanos e municípios do interior.
Tais diferenças impactam na forma como a atuação dos agentes ocorre. Assim como nos equipamentos necessários para desempenhar suas funções. Por conta disso, governos de diferentes estados têm desenvolvido políticas públicas voltadas especialmente para a segurança rural. É o caso, por exemplo, do Espírito Santo.
No artigo de hoje, vamos trazer um pequeno recorte de como funciona o trabalho da Polícia Civil no interior. Em suma, falaremos sobre a sua importância e os principais desafios enfrentados. Aproveite a leitura!
O policial civil tem papel de destaque na segurança pública, pois seu trabalho é registrar e investigar os crimes que ocorrem na sociedade. Na zona rural, os principais crimes protocolados são aqueles contra o patrimônio, em especial os roubos e os furtos.
Esses delitos vão desde ações mais simples, como furto de pequenos equipamentos, até aquelas praticadas por quadrilhas especializadas. Neste caso, os criminosos podem roubar animais ou produtos ensacados de valor elevado, como o café.
E, por conta das propriedades do interior serem mais afastadas e com pouca população ao redor, outros crimes podem ocorrer em paralelo. Eles incluem estupros, homicídios e sequestros, por exemplo.
A inteligência investigativa da Polícia Civil é indispensável para lidar com tais ameaças e avaliar potenciais riscos. Afinal, um trabalho efetivo faz com que seja possível desarticular quadrilhas perigosas de forma ágil, evitando novas vítimas.
E, no que se refere aos delitos menores, um bom processo investigativo faz com que os culpados sejam detidos. Isso gera senso de justiça na população. Além do mais, dependendo do caso, pode ser possível reaver os itens subtraídos, evitando que o cidadão fique em prejuízo.
Outro ponto de destaque quando se trata da proteção de comunidades rurais aparece no simples ato de registrar os crimes. Dizemos isso, pois uma das principais dificuldades em termos de segurança pública no interior é a subnotificação de ocorrências.
Em suma, as infrações ocorrem, mas não são documentadas, gerando cifras ocultas.
Tal situação faz com que seja difícil mensurar a violência e, é claro, realizar ações para prender os criminosos. Dessa maneira, é imprescindível o papel do agente para notificar a ocorrência corretamente.
Tudo o que apresentamos no tópico anterior mostra como é necessária a atuação da Polícia Civil no interior. Contudo, os agentes nem sempre conseguem realizar um bom trabalho, por causa dos desafios que enfrentam cotidianamente.
Os autores do estudo Política de segurança pública para propriedades rurais, publicado em 2022, registraram um resumo desses obstáculos. E aqui podemos citar:
Para lidar com essas questões, faz-se necessário o desenvolvimento de ações em conjunto com a sociedade local e o governo. A seguir, detalhamos melhor alguns dos desafios vivenciados, bem como as iniciativas necessárias para mitigá-los.
É importante lembrar que o trabalho na zona rural é diferenciado. Araújo, Oliveira e Consalter, no artigo Segurança Pública na Área Rural, publicado em 2020, destacaram esse ponto.
Eles afirmam que, durante ações, o suporte para apoio é quase inexistente. Portanto, é importante que as equipes tenham, em campo, os meios necessários para sanar quaisquer panes ou problemas. Sendo assim, os policiais precisam ter acesso a:
Você lembra que mencionamos o problema da subnotificação de crimes? Bem, um dos motivos para isso ocorrer está falta de confiança da população em relação ao trabalho policial. Sendo assim, é preciso ganhar o apoio da comunidade rural e envolvê-la no processo de segurança pública.
O artigo Policiamento Rural, publicado em 2016, apresenta algumas ações que podem ser colocadas em prática para melhorar essa questão. São elas:
Sobre o último ponto, a ideia é investir no georreferenciamento das propriedades rurais, cadastrando bens móveis, bem como animais. Isso facilita a localização e identificação em casos de roubos ou furtos.
Em resumo, os policiais civis devem estar mais presentes no cotidiano da população, mostrando que são parceiros na segurança e no bem-estar da comunidade. Isso ajuda a construir um vínculo de confiança, que facilita tanto a comunicação quanto a cooperação mútua.
Para lidar com os desafios que envolvem a proteção de comunidades rurais, você pode
buscar o apoio do SINDPOL. Afinal, nosso papel é lutar por melhores condições estruturais e de segurança para todos os policiais civis, incluindo os que atuam no interior.
Nós também podemos ajudar no fortalecimento do vínculo com a comunidade e o governo local. Clique aqui e entenda melhor o papel do SINDPOL em um artigo detalhado sobre o assunto.