Nem a nação mais poderosa da terra está imune a barbárie provocada por monstros e psicopatas.

Cleveland, EUA. “Sou Amanda Berry. Fui sequestrada. Estive desaparecida durante dez anos”, foi uma das primeiras falas da jovem que ligou para a polícia assim que conseguiu fugir de seu cárcere. Desaparecida desde 2003, quando tinha 16 anos, Amanda avisou às autoridades dos Estados Unidos que estava viva, anteontem, em um áudio que foi divulgado pela polícia.

Ela e outras duas mulheres – Georgina DeJesus e Michelle Knight – foram encontradas, anteontem, em uma casa em Cleveland, no Estado norte-americano de Ohio, onde eram mantidas em cativeiro. Uma menina de 6 anos, filha de Amanda e do sequestrador, também foi retirada da casa.

O suspeito, Ariel Castro, 52, foi preso, anteontem, junto com dois de seus irmãos, que, segundo a polícia, teriam auxiliado nos sequestros. Pedro Castro, 54, e Oneil Castro, 50, não viviam na casa onde as mulheres foram encontradas.

Georgina tinha apenas 14 anos quando desapareceu, em 2004, após deixar a escola. Já Michelle desapareceu aos 21 anos, em 2002, após visitar uma prima. As três foram dadas como mortas pelas autoridades, devido ao tempo de desaparecimento.

‘Herói’. As vítimas foram libertadas depois que o vizinho Charles Ramsey ouviu Amanda gritando dentro da casa. “Vi esta garota tentando fugir da casa como uma louca. Ela disse: me ajude a sair, estou aqui há muito tempo”, falou.

Ramsey contou que teve que derrubar a porta, antes que a mulher saísse se arrastando e “levando consigo uma criança pequena”. Amanda correu até uma casa vizinha para chamar a polícia. Durante a ligação, ela informou o nome do seu suposto sequestrador e pediu para a polícia chegar rapidamente.

As autoridades chegaram logo depois e encontraram as outras duas mulheres. Em um ato de coragem, segundo os policiais, Amanda aproveitou um momento em que o sequestrador havia saído da casa para tentar fugir.

O médico que as atendeu afirmou que elas estão bem. “Este não é o fim que normalmente escutamos nesse tipo de história, e estamos muito felizes por elas”, disse o doutor Gerald Maloney.

O prefeito de Cleveland, Frank Jackson, agradeceu o fato de elas estarem vivas. “Temos muitas perguntas sem resposta sobre esse caso, e a investigação continua”.

Investigação
Policiais estiveram na casa na época do cárcere
Cleveland. A polícia confirmou, ontem, que policiais foram à casa onde as três mulheres eram mantidas reféns pelo menos uma vez após o sequestro. A visita ocorreu em 2004, mas nada teria sido encontrado. As autoridades disseram que os vizinhos não apresentaram queixas que levantassem suspeitas.

O vizinho Israel Lugo contou à CNN que ouviu gritos na casa, em novembro de 2011, e chamou a polícia, mas ninguém teria atendido à porta. Lugo contou que viu Ariel Castro no parque com uma menina. “Ele disse que era a filha de sua namorada”, afirmou Lugo, relatando que sua irmã sentia “uma vibração ruim” na casa.

Vigília. A família de Georgina DeJesus, uma das vítimas, afirmou que seu suposto sequestrador tinha assistido a vigílias de oração pelas três jovens desaparecidas. Castro foi motorista de ônibus escolar na região de Cleveland até novembro do ano passado.

Fonte: O Tempo