Manifestação da Segurança Pública de Minas Gerais se torna a maior da história

21 de fevereiro de 2022

Cerca de 30 mil policiais Civis, Militares, Penais, Bombeiros Militares, Agentes Socioeducativos e servidores administrativos, protestaram ao longo do dia desta segunda-feira (21) pelo descaso e desrespeito do governador de Minas, Romeu Zema, que não cumpriu totalmente com a sua promessa, protocolada por Projeto de Lei 1451/2020, do pagamento da recomposição das perdas inflacionárias aos servidores da segurança pública do Estado, acumuladas desde 2015 e também contra a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que será danoso aos servidores públicos e a população em geral.

O Regime de Recuperação Fiscal é uma afronta, não só aos servidores da segurança pública, mas a todo o funcionalismo público e ao povo mineiro, pois ameaça congelar os salários e direitos, como promoções, progressões e quinquênios, dos servidores do Estado, suspender a realização de concursos públicos e retirar investimentos em serviços públicos pelos próximos 9 anos, que acarretará no declínio da qualidade da prestação de serviços ao povo mineiro.

A manifestação começou pela manhã, na Praça da Estação, onde foram concentrados centenas de ônibus, que trouxeram agentes da segurança pública das cidades de todo o estado de Minas Gerais, e cerca de 20 mil pessoas que iniciaram a caminhada rumo à Praça Sete. Após a ocupação do centro da capital, foram contabilizados mais de 30 mil participantes do ato que, naquele momento, ocupavam todo o caminho percorrido.

Ao som de apitos e palavras de ordem contra a política de descaso adotado pelo governo Zema contra os operadores da segurança pública, os integrantes da categoria continuaram a caminhada descendo a avenida Amazonas, percorrendo a praça Raul Soares, e seguiram a Olegário Maciel em direção à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Durante todo o trajeto, a manifestação manteve-se de forma pacífica e ordeira, mostrando a força e união entre as categorias de segurança pública.

“Estamos todos unidos para buscarmos a nossa valorização e respeito do Governo Zema para as categorias.”, disse o presidente do Sindpol/MG, José Maria de Paula “Cachimbinho”.

Na ALMG, os parlamentares e presidentes de associações e sindicatos da segurança pública foram recebidos pelo presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus, a quem foi enfatizado, mais uma vez, o desrespeito, o descaso e a quebra de compromisso de Zema, e ainda foi protocolado o manifesto que reforça a necessidade da recomposição salarial, pelos deputados e representantes classistas, e pela retirada de tramitação do Regime de Recuperação Fiscal proposto pelo governo Zema, por entenderem que trará inúmeras perdas de direitos a todos os servidores do Estado e fragilizará a prestação de serviços à população mineira.

Após a reunião, foi feito uma votação dos presentes, separado por suas categorias e a grande maioria dos manifestantes, de todas as classes, votaram a favor da paralisação geral das forças de segurança pública de Minas Gerais, até que o Governador encaminhe, à ALMG, o projeto de recomposição das perdas inflacionárias aos servidores da segurança pública.

“Neste momento nós, policiais da ativa, mostramos nossa força e união, portanto cumpriremos, à risca, o que foi decidido nesta deliberação. Já que todos decidiram pela greve, será greve até que o governador Romeu Zema encaminhe o projeto de recomposição das perdas inflacionárias para a Assembleia Legislativa.”, discursou o assessor do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira.