O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG) voltou a criticar duramente o Governo de Minas após novas declarações do vice-governador Mateus Simões sobre a recomposição salarial dos policiais civis. Segundo o presidente do sindicato, Wemerson Oliveira, o Executivo estadual cria mais uma vez condicionantes para adiar um direito básico da categoria: a reposição das perdas inflacionárias acumuladas ao longo dos últimos anos.
Em declaração recente, o vice-governador afirmou que o governo só pretende “abrir conversa” com os sindicatos em 2026, e apenas se o Governo Federal aceitar utilizar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) dentro do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Para o Sindpol-MG, o discurso representa uma nova manobra para empurrar a negociação e transferir responsabilidades, enquanto os policiais civis seguem arcando com uma defasagem salarial próxima de 50%.
2025 sem recomposição e perdas históricas
De acordo com o Sindpol-MG, o ano de 2025 terminou sem qualquer recomposição salarial para a Polícia Civil de Minas Gerais. A inflação acumulada nos últimos anos corroeu cerca de metade do poder de compra dos policiais civis, sem que o governo estadual apresentasse uma solução concreta.
“O policial civil perdeu quase 50% do seu salário real. Enquanto isso, o governador Romeu Zema concedeu aumentos expressivos ao alto escalão do governo. É uma distorção inaceitável”, afirmou Wemerson Oliveira.
Promessa em ano eleitoral gera desconfiança
Outro ponto criticado pelo sindicato é o momento escolhido pelo governo para sinalizar uma possível negociação. A promessa de diálogo apenas no início de 2026, ano eleitoral, levanta suspeitas de uso político da recomposição salarial. Além disso, o próprio governo já indicou, em ocasiões anteriores, que qualquer eventual reajuste se limitaria à inflação de um único ano, desconsiderando o passivo acumulado.
Para o Sindpol-MG, recomposição inflacionária não é favor, mas um direito dos servidores. “Se houver recomposição, ela precisa ser integral. Não aceitamos migalhas nem soluções parciais para um problema que se arrasta há anos”, reforçou o presidente do sindicato.
Polícia Civil entre os piores salários de Minas
O sindicato também alerta que investigadores e escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais estão entre os profissionais com piores salários do Estado, apesar da complexidade das funções, do risco permanente e da responsabilidade de conduzir a investigação criminal.
“O discurso oficial do governo não condiz com a realidade das delegacias. Falta valorização, falta respeito e sobra desculpa”, concluiu Wemerson Oliveira.
O Sindpol-MG reafirma que seguirá cobrando do Governo de Minas uma recomposição salarial justa, integral e imediata, como forma mínima de reconhecimento ao trabalho essencial prestado pela Polícia Civil à sociedade mineira.
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