Fiscalização do Sindpol em delegacias de Patrocínio escancara as péssimas condições de policiais civis no interior de Minas

22 de maio de 2025
Presidente do Sindpol, Wemerson de Oliveira, e diretora executiva de Assuntos da Mulher, Vânia Cristina, conversam com policial civil de Patrocínio Presidente do Sindpol, Wemerson de Oliveira, e diretora executiva de Assuntos da Mulher, Vânia Cristina, conversam com policial civil de Patrocínio

O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais, (Sindpol-MG) realizou nesta terça-feira (20), uma fiscalização em três delegacias na cidade de Patrocínio e o resultado foi preocupante. Falta de pessoal, precárias condições de trabalho e até uma delegacia rural que só existe no papel.

O presidente do Sindpol, Wemerson de Oliveira, e a diretora executiva de Assuntos da Mulher, Vânia Cristina da Cruz Corrêa, foram ver de perto o trabalho dos policiais na 2ª Delegacia Regional, na Delegacia de Plantão e também na Delegacia de Mulheres.

Na primeira visita, na Delegacia Regional, inclusive consta como sendo também uma delegacia de crimes rurais, mas ela só existe no papel e sem pessoal específico para atuar na área e elucidar crimes, como roubo de café e de maquinários agrícolas. O efetivo da unidade é de sete investigadores, quatro escrivães e dois delegados.

“Era necessário que tivessem pelo menos 40 investigadores aqui para dar contar, pelo menos, grande parte das investigações desse município. Não tem delegacia e não tem pessoal se quer para trabalhar no município. Isso está sobrecarregando os policiais, que estão ficando adoecidos pelo excesso de trabalho e está prejudicando o cidadão patrocinense”, afirmou Wemerson de Oliveira, presidente do Sindpol.

Já na Delegacia de Plantão em Patrocínio, só há um investigador fixo no plantão e para cobrir a escala, um outro investigador do expediente é realocado. Esse mesmo efetivo também é responsável para fazer escolta de presos, realizando deslocamentos de até 120 quilômetros para levar a presídios em cidades vizinhas.

“Um outro grande problema é devido a falta de pessoal, os investigadores sozinhos estão tirando presos para serem ouvidos, na frente do computador, pelo delegado ou escrivão na delegacia virtual. Isso não pode ocorrer”, enfatizou Wemerson.

No local ainda há infestação de ratos e não há água potável para os policiais beberem. A caixa d’água da unidade não é limpa há muitos anos, deixando a água imprópria para o consumo humano.

Já a diretora Vânia Cristina acrescentou que os policiais civis precisam pagar do próprio bolso a internet e itens de informática para poderem trabalhar. “É assim que funciona a segurança em Minas Gerais”, pontou.

Na Delegacia de Mulher também foram encontradas situações semelhantes, como baixo efetivo, falta de equipamento e até mofo em paredes da unidade.

A visita em Patrocínio faz parte de uma série de visitas realizadas pelo Sindpol em delegacias no interior de Minas Gerais, mostrando o descaso do governo Zema com a Polícia Civil. Além da ausência de recomposição salarial, a categoria enfrenta más condições de trabalho, falta de valorização profissional e, sobretudo, a insuficiência de efetivo para garantir a segurança da população mineira.

No final das visitas, será feito um relatório pelo Sindpol a ser entregue à Polícia Civil, pedindo correção dos problemas encontrados.