Falta de efetivo e sobrecarga marcam realidade da 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil em Ituiutaba

17 de julho de 2025

Em mais uma agenda de fiscalização, o Sindpol/MG esteve nesta semana na 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil, em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. A visita foi conduzida pelo presidente do sindicato, Wemerson Oliveira, e contou com a presença do diretor Breno Almeida e dos investigadores Luiz Montana e André. A equipe percorreu também outras unidades da região, como a delegacia de Monte Alegre.

Durante a visita, foram constatadas graves deficiências de efetivo, com apenas 30 investigadores, 8 escrivães e 3 delegados para atender toda a regional, que abrange diversos municípios próximos das fronteiras com Goiás, São Paulo e Mato Grosso. Na unidade de plantão, a situação é ainda mais crítica: apenas um investigador durante o dia e dois à noite, comprometendo a segurança dos próprios policiais.

Outro ponto grave levantado pela comitiva do Sindpol é a continuidade da escolta de presos por investigadores, mesmo sendo uma atribuição exclusiva da Polícia Penal. Há relatos de policiais civis que viajam sozinhos, por mais de 100 km, transportando até cinco presos em viaturas sem a estrutura adequada, colocando suas vidas em risco.

A estrutura física da nova sede da delegacia foi viabilizada com recursos da Câmara Municipal de Ituiutaba, e não pelo governo do estado. Já a unidade de Monte Alegre passou por reforma realizada pela Prefeitura local, mas também sofre com falta de pessoal. A omissão do governo estadual em recompor o efetivo e garantir condições básicas de trabalho foi duramente criticada pelo presidente do Sindpol.

“Ituiutaba é uma cidade estratégica, próxima de estados com alta incidência de crimes como tráfico de drogas e atuação de organizações criminosas. Sem efetivo, não há como combater essa criminalidade. É hora do governador Zema investir em quem de fato protege a sociedade”, destacou Wemerson.

O Sindpol segue percorrendo o interior de Minas Gerais para fiscalizar delegacias, ouvir a base da categoria e denunciar o abandono da Polícia Civil. O sindicato também continua cobrando do governo a recomposição salarial, concursos públicos e o fim da sobrecarga de trabalho imposta aos policiais civis.