O uso de uniformes e distintivos falsos da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por criminosos trouxe à tona, mais uma vez, a grave crise na segurança pública do estado. Em vídeo divulgado nesta semana, o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG), Wemerson Oliveira, classificou a situação como consequência direta do desmonte da instituição promovido pelo governador Romeu Zema.
Para o dirigente sindical, a ousadia das organizações criminosas é reflexo da falta de prioridade do governo estadual com a investigação criminal.
“Viu mais esse absurdo? Criminosos usando camisa e distintivo da Polícia Civil em Minas. Isso é consequência direta da falta de investimento do governador Romeu Zema na Polícia Civil”, declarou Wemerson.
Déficit de efetivo: “Impossível combater o crime organizado”
Um dos pontos centrais da denúncia do Sindpol-MG é a defasagem brutal no quadro de servidores. Segundo dados apresentados pela entidade, a Lei Orgânica da Polícia Civil prevê um efetivo de 17.517 policiais, mas a realidade atual é de menos de 10 mil servidores na ativa.
A situação é ainda mais crítica quando se analisa o número de investigadores:
“São menos de 6 mil investigadores para atender aos 853 municípios. É impossível combater o crime organizado assim”, alertou o presidente.
O sindicato reforça que, sem equipamentos adequados, tecnologia de ponta e valorização salarial, a inteligência policial fica comprometida, abrindo espaço para a expansão de facções.
O avanço das facções e a narrativa do Governo
Enquanto o governo de Minas sustenta o discurso de que o estado é o mais seguro do país e que “facções não dominam territórios”, o Sindpol-MG aponta uma realidade diferente nas ruas. Wemerson Oliveira citou a presença de grupos criminosos de outros estados atuando livremente em solo mineiro.
“O que vemos é exatamente o contrário: Criminosos do Comando Vermelho, facção do Rio de Janeiro, usando identificação da Polícia Civil para cometer crimes aqui em Minas”, disparou.
O questionamento político: A quem interessa o sucateamento?
Em um tom contundente, o presidente do Sindpol-MG levantou suspeitas sobre os motivos políticos por trás da asfixia orçamentária da Polícia Civil. Wemerson questionou se o enfraquecimento da investigação criminal seria uma estratégia deliberada para proteger aliados do governo.
“Por que Zema evita fortalecer justamente quem investiga? Será que é para impedir investigações como a do escândalo na mineração envolvendo seu governo, secretários e também o envolvimento de sua financeira no roubo do INSS?”, questionou o sindicalista no vídeo.
A conta sobra para o cidadão
O alerta do Sindpol-MG termina com um recado à população. A entidade reforça que a segurança pública não se faz apenas com policiamento ostensivo, mas com inteligência e elucidação de crimes — áreas que dependem diretamente da Polícia Civil.
“Sem investimentos na Polícia Civil não há segurança pública de verdade. A investigação criminal não pode ser só para atender ao andar de cima, tem que ser para todos”, finalizou Wemerson Oliveira.
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