O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol/MG) volta a cobrar do governo estadual um olhar responsável sobre os alarmantes dados de violência contra crianças em Minas Gerais. Segundo o Anuário 2025 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só em 2024 foram registrados 4.169 casos de estupro de vulneráveis no estado — uma média de mais de 11 crianças vítimas por dia. Além disso, as tentativas de estupro cresceram mais de 10% em relação ao ano anterior.
Apesar da gravidade dos números, o governador Romeu Zema insiste em afirmar que Minas Gerais é segura e que há investimento em segurança pública. Para o Sindpol, essa afirmação não condiz com a realidade. “Zema mente ao dizer que investe em segurança. A Polícia Civil, que é quem investiga esse tipo de crime, está abandonada, sem efetivo, sem tecnologia e com estrutura precária”, afirma o presidente do Sindpol, Wemerson Oliveira.
O sindicato denuncia que faltam investigadores de polícia, faltam recursos básicos nas delegacias, e os computadores utilizados têm mais de 15 anos de uso. “Como investigar e tirar pedófilos das ruas nessas condições? Quem está pagando por esse abandono são as nossas crianças e suas famílias”, reforça Wemerson.
A Polícia Civil é a instituição responsável por investigar crimes como estupro de vulnerável, identificar e prender pedófilos e desmantelar redes de abuso. No entanto, o sucateamento da instituição, agravado por cortes no orçamento, congelamento salarial e desvalorização da categoria, impede a atuação eficaz no combate a esses crimes bárbaros.
O Sindpol reafirma seu compromisso com a proteção da infância e cobra do Governo de Minas investimento imediato na Polícia Civil, com recomposição do efetivo, modernização tecnológica e valorização dos profissionais. “Proteger nossas crianças não é marketing, é responsabilidade. E ela começa por quem tem o dever de governar com seriedade”, finaliza Wemerson Oliveira.