A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou, nesta sexta-feira (6/8), os resultados da operação “Contragolpe”, cujo objetivo foi desarticular organização criminosa que atuava em âmbito interestadual com o conhecido “golpe do cartão” ou “golpe do falso motoboy”.
Durante as investigações, os policiais civis identificaram que o golpe possuía a seguinte dinâmica: os criminosos, em posse de informações privilegiadas, principalmente de titulares de contas bancárias e telefone de pessoas idosas, realizavam contato telefônico com as vítimas, informando que o cartão de crédito do titular da conta havia sido clonado e que, para a vítima não ter prejuízos financeiros, deveria fazer uma carta contestação de próprio punho, para que um funcionário do banco e/ou da delegacia fosse até sua residência buscar o cartão, sob pretexto de submetê-lo à perícia. A vítima, induzida a erro, entregava o cartão com a senha aos golpistas, que passavam então a realizar saques e compras em máquinas de cartão de crédito, habilitadas pelos próprios estelionatários, gerando grande prejuízo financeiro às vítimas.
Somente em Poços de Caldas, os criminosos lesaram seis vítimas, com prejuízo financeiro de cerca de R$400 mil. Durante o curso das investigações, foram identificadas 15 pessoas envolvidas no esquema, cada uma delas com função específica na organização criminosa.
Diante dos elementos de prova coletados, a PCMG representou pela prisão cautelar e pelo bloqueio de bens dos envolvidos, medidas esta que, após analisadas pelo Ministério Público, foram deferidas pela Justiça da comarca de Poços de Caldas.
Com as ordens judiciais, foi deflagrada a operação “Contragolpe”, com o apoio da Polícia Civil de São Paulo, para o cumprimento de mandados de buscas e apreensão, prisão cautelar e bloqueio de bens, nas cidades paulistas de Indaiatuba e Salto, e em Cuiabá, no Mato Grosso.
Com o avanço das investigações, foi identificado que os criminosos possuíam milhares de dados cadastrais de correntistas de instituições bancárias de todo o Brasil, dos quais centenas se tornaram vítimas do grupo criminoso.
Dezesseis pessoas foram presas e se encontram no sistema prisional à disposição da Justiça. Elas respondem pelos crimes de furto qualificado, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas podem atingir os 28 anos de reclusão.
O Sindpol/MG contempla a ação da Polícia Civil de Minas Gerais, sobretudo dos investigadores, que, graças aos seus desempenhos, bloquearam, no total, cerca de R$7 milhões, todos adquiridos com dinheiro oriundo dos crimes. O dinheiro e bens apreendidos em poder dos investigados deverão ser utilizados pela Justiça para ressarcir as vítimas dos golpes.
Fonte: ASCOM-PCMG, com modificações