Publicado no Portal G1, em 5/10, por Michelly Oda
A Polícia Civil apresentou nesta quarta-feira (5) Antônio Carlos Teixeira Batista, de 25 anos, e Rafael Pereira Fonseca, de 26, que são apontados como os assassinos do investigador Fabrício Heron, morto em uma comemoração eleitoral em Cristália (MG) no domingo (2/10). Segundo as investigações, ele foi atingido por engano. As buscas começaram logo após o crime e terminaram nessa terça-feira (4/10), por volta das 21h30.
“Durante a comemoração da vitória ocorreu um desentendimento e o Rafael foi agredido por terceiros. Ele procurou pelo comparsa confundiu o policial civil com o agressor e determinou para que Antônio efetuasse disparos contra o investigador”, explica o delegado regional Jurandir Rodrigues. Os dois homens e o policial faziam parte do mesmo grupo político.
Jurandir Rodrigues destacou que os homens já haviam sido presos anteriormente por outros crimes, inclusive quando um deles era adolescente. Ambos confessaram o assassinato e disseram que estavam sob efeito de álcool e drogas. Antônio e Rafael afirmaram ainda que não sabiam que Fabrício era policial.
“Eles são comparsas e o Rafael tinha conhecimento de que o Antônio estaria armado. Por serem traficantes que atuam em Cristália se uniram para ceifar a vida do agressor, vindo a direcionar a ação contra o policial”.
Sobre o crime e as buscas
Fabrício Heron estava perto do carro dele quando foi atingido por um tiro no braço, que acabou acertando o tórax. Ele foi socorrido e morreu ao dar entrada em um hospital em Grão Mogol (MG). A PC acredita que os criminosos tenham atirado pelo menos três vezes. O agressor de Rafael Fonseca ainda não foi identificado, mas o delegado afirma que pelos depoimentos de testemunhas, ficou evidente que o policial não cometeu a agressão.
Assim que o crime aconteceu, pouco antes da meia noite, os dois homens fugiram no carro que é de um amigo deles, que está preso. O automóvel ficou sem combustível, foi abandonado a três quilômetros de Cristália e Antônio e Rafael fugiram para um matagal. Policiais das Delegacias Regionais de Montes Claros, Januária, Janaúba e Pirapora participaram das buscas, que foram feitas initerruptamente até a noite dessa terça-feira (4).
“Devido ao cerco policial na região de mata fechada e montanhosa, inclusive com apoio aéreo, o autor Antônio se deslocou para a cidade e foi encontrado dentro de uma casa, embaixo de uma cama. Já no segundo dia de ação policial, o Rafael foi encontrado na mata fechada”, fala Jurandir.
Em relação a Antônio, a PC afirma que a casa onde ele foi encontrado pertence a conhecidos dele, que abandonaram o imóvel depois que ele chegou, já que sabiam que o crime havia ocorrido. Já Rafael, que foi detido por volta das 21h30 da terça, chegou a ter um mandado de prisão expedido pela Comarca de Grão Mogol, logo depois do assassinato.
Fabrício Heron tinha 37 anos e estava na Polícia Civil desde 2000, ele trabalhava em Montes Claros (MG) como investigador e examinador da banca do Detran. Fabrício era natural de Cristália, onde ainda moram seus familiares.
Punição rigorosa
O delegado Renato Nunes, chefe do 11º Departamento de Polícia Civil, afirmou que com a aprovação de uma lei recente, crimes desta natureza com policiais como vítimas, são punidos de forma ainda mais rigorosa. Apesar de apenas um deles ter atirado, ambos responderão por homicídio qualificado.
“É importante frisarmos que as pessoas estão banalizando a vida e não respeitam a polícia, recentemente há 15 dias, houve um homicídio de outro investigador. É preciso que passemos recado para quem se propõe a essa prática, a Polícia Civil está atenta e não vai tolerar esse tipo de ação. Vamos agir com rigor, como agimos neste caso”, ressaltou.
Fonte: G1