A Delegacia Regional de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, é mais um retrato do sucateamento da Polícia Civil de Minas Gerais no governo Romeu Zema. Durante visita técnica, o presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira, e a diretora Vânia Corrêa constataram que, mesmo com uma estrutura relativamente organizada, a realidade da unidade só é sustentada pelo apoio da Prefeitura e pelo esforço diário dos policiais civis que buscam, por conta própria, melhorias mínimas de manutenção.
Hoje, a Delegacia Regional de Capelinha conta com apenas 15 investigadores, 7 escrivães e 3 delegadas de polícia (incluindo a delegada regional). Para uma cidade com quase 50 mil habitantes, mais o município vizinho de Angelândia, a 30 km de distância, esse efetivo é claramente insuficiente.
O resultado é o acúmulo de demandas: crimes de estelionato, violência doméstica, investigações diversas e ainda a manutenção de uma Delegacia de Mulheres que não dispõe de atendimento adequado devido à falta de servidores.
Além disso, a Delegacia de Plantão opera com apenas três investigadores, obrigando a retirada de policiais do expediente para reforçar o plantão, o que compromete o andamento das investigações.
Um dos problemas mais graves apontados pelo Sindpol é a realização de escoltas de presos feitas por policiais sozinhos, o que coloca em risco a integridade física dos investigadores e expõe falhas graves de segurança.
“Isso aqui não é uma loja, é uma delegacia. Estamos falando de segurança pública, de vidas. O governo precisa dar condições dignas para que os policiais civis cumpram sua missão”, afirmou o presidente Wemerson Oliveira.
De acordo com o sindicato, os policiais de Capelinha enfrentam sobrecarrega, ausência de vida social e risco constante à saúde mental, consequência direta do déficit de efetivo e da má gestão da segurança pública em Minas.
“O atendimento só acontece porque os policiais, mesmo desvalorizados, se sacrificam diariamente pela população. Mas não podemos aceitar que vidas sejam colocadas em risco por falta de investimento”, reforçou Wemerson.
O Sindpol/MG seguirá cobrando do governo Romeu Zema valorização, efetivo adequado e condições de trabalho para os policiais civis. A segurança da população de Minas Gerais não pode continuar sendo tratada com descaso.