Delegacia de Capelinha expõe abandono da Polícia Civil no governo Zema

9 de setembro de 2025

A Delegacia de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, é hoje o retrato claro do abandono da Polícia Civil de Minas Gerais pelo governador Romeu Zema. Durante visita técnica realizada pelo presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira, e pela diretora Vânia Corrêa, foram identificados problemas graves de efetivo, estrutura e tecnologia que comprometem diretamente a segurança pública e o atendimento à população.

Falta de efetivo e sobrecarga de trabalho

Na unidade, funciona o Plantão Regional, a Delegacia de Mulheres e a Delegacia de Comarca de Capelinha. Porém, o cenário é desolador:

  • Apenas uma escrivã atende a Delegacia de Mulheres, sem delegado ou investigadores lotados.

  • Apenas sete investigadores dividem, em uma única sala, o trabalho de toda a criminalidade da região.

  • O prédio é inadequado, de difícil acesso para idosos e crianças, prejudicando o atendimento.

Segundo Wemerson Oliveira, a realidade de Capelinha é apenas mais um retrato da precariedade que se repete em todo o estado.

Tecnologia ultrapassada e PCnet instável

Outro problema grave relatado é a instabilidade constante do PCnet, sistema essencial para o funcionamento da Polícia Civil. Essa falha tecnológica está presente em todo o estado e tem inviabilizado o trabalho de investigadores, escrivães e delegados.

Além disso, os crimes de estelionato, cada vez mais frequentes na região, exigem tecnologia avançada e acesso a informações digitais. No entanto, os investigadores enfrentam dificuldades porque apenas poucos policiais têm acesso às senhas necessárias para investigações. Isso atrasa e prejudica o andamento dos casos.

Equipamentos sucateados

A falta de estrutura é visível também nos equipamentos: computadores com mais de 16 anos de uso ainda fazem parte da rotina da unidade, comprometendo a agilidade das investigações.

Sindpol cobra providências imediatas

O presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira, reforçou que a situação da Delegacia de Capelinha não é um caso isolado, mas sim consequência da falta de investimento do governo estadual na Polícia Civil.

“Como investigar crimes de estelionato sem tecnologia, sem computadores adequados e sem acesso a sistemas? É inadmissível que os policiais civis sejam obrigados a trabalhar nessas condições”, afirmou Wemerson.

O Sindpol/MG continuará visitando delegacias em todo o estado e denunciando o abandono da instituição, cobrando investimentos urgentes em efetivo, tecnologia, equipamentos e valorização dos policiais civis.