A Delegacia de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, é hoje o retrato claro do abandono da Polícia Civil de Minas Gerais pelo governador Romeu Zema. Durante visita técnica realizada pelo presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira, e pela diretora Vânia Corrêa, foram identificados problemas graves de efetivo, estrutura e tecnologia que comprometem diretamente a segurança pública e o atendimento à população.
Na unidade, funciona o Plantão Regional, a Delegacia de Mulheres e a Delegacia de Comarca de Capelinha. Porém, o cenário é desolador:
Apenas uma escrivã atende a Delegacia de Mulheres, sem delegado ou investigadores lotados.
Apenas sete investigadores dividem, em uma única sala, o trabalho de toda a criminalidade da região.
O prédio é inadequado, de difícil acesso para idosos e crianças, prejudicando o atendimento.
Segundo Wemerson Oliveira, a realidade de Capelinha é apenas mais um retrato da precariedade que se repete em todo o estado.
Outro problema grave relatado é a instabilidade constante do PCnet, sistema essencial para o funcionamento da Polícia Civil. Essa falha tecnológica está presente em todo o estado e tem inviabilizado o trabalho de investigadores, escrivães e delegados.
Além disso, os crimes de estelionato, cada vez mais frequentes na região, exigem tecnologia avançada e acesso a informações digitais. No entanto, os investigadores enfrentam dificuldades porque apenas poucos policiais têm acesso às senhas necessárias para investigações. Isso atrasa e prejudica o andamento dos casos.
A falta de estrutura é visível também nos equipamentos: computadores com mais de 16 anos de uso ainda fazem parte da rotina da unidade, comprometendo a agilidade das investigações.
O presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira, reforçou que a situação da Delegacia de Capelinha não é um caso isolado, mas sim consequência da falta de investimento do governo estadual na Polícia Civil.
“Como investigar crimes de estelionato sem tecnologia, sem computadores adequados e sem acesso a sistemas? É inadmissível que os policiais civis sejam obrigados a trabalhar nessas condições”, afirmou Wemerson.
O Sindpol/MG continuará visitando delegacias em todo o estado e denunciando o abandono da instituição, cobrando investimentos urgentes em efetivo, tecnologia, equipamentos e valorização dos policiais civis.