06/09/2014 – Programa Segurança e Cidadania 320

 
 
 
 
O que mudou na estrutura logística e pessoal na Polícia Civil no Sul de Minas depois da invasão do PCC à Itamonte?
 
O Programa Segurança e Cidadania foi lá e conferiu.
 
Não perca neste sábado, dia 13, às 18h50 na BAND Minas.

Delegado que investiga racismo em Muriaé virá a BH acompanhar o caso

O delegado Eduardo Freitas da Silva, responsável pela investigação do caso de racismo sofrido por um casal de Muriaé, na Zona da Mata, deve vir a Belo Horizonte na próxima semana para conversar com a equipe da Delegacia Especializada de Investigação de Crimes Cibernéticos, que apoia a apuração do crime.

Segundo o titular da 31ª Delegacia de Polícia Civil de Muriaé, apesar de a investigação já ter apontado quem são alguns dos envolvidos, ainda não foi feita representação para pedir a expedição de mandados de prisão. “A gente ainda está trabalhando no caso e fazendo o levantamento dos suspeitos. Estou em contato com o poder judiciário e, dependendo da apreciação do juiz, podemos pedir a prisão deles”, disse o delegado, que deve chegar a Belo Horizonte na terça-feira (9).

O caso

No dia 17 de agosto, a jovem D.M., que é negra, postou no Facebook uma foto em que aparece com o namorado, L.F, que é branco. A postagem despertou imediatamente uma sequência de comentários racistas como o do perfil Capivara Vuadora, que postou: "Onde comprou essa escrava?", "Me vende ela", "Café com leite".

As ofensas fizeram com que a vítima retirasse sua página pessoal do ar. No dia 26 de agosto ela registrou a ocorrência e no dia seguinte, prestou depoimento na delegacia.

As investigações chegaram a pelo menos 50 suspeitos, entre homens e mulheres, com idades entre 15 a 20 anos, que seriam de fora do Estado. A apuração apontou, também, que os insultos ao casal de Muriaé não foram um caso isolado. O inquérito está em andamento.

Fonte: O Tempo

 

Manifestação II



A manifestação realizada hoje na Praça da Liberdade, de 14h às 16h, em homenagem aos investigadores Maria Regina de Almeida e Paulo César de Oliveira Mendes, contou com a participação de delegados e demais policiais da categoria, como também, com o diretor administrativo financeiro, José Maria de Paula e o presidente interino, Antônio Marcos Pereira (Toninho Pipoco), do Sindpol/MG.

Maria Regina de Almeida, 47 anos, faleceu na última segunda-feira (1º), durante um assalto no bairro Nova Suíssa, em Belo Horizonte/MG. No mesmo dia o investigador, Paulo César de Oliveira Mendes, foi gravemente ferido durante tiroteio em Contagem/MG e está internado no Hospital João XXIII.

Durante conversa com algumas pessoas na praça, o Sr. José Maria de Paula constatou que, “as reivindicações são muitas: baixa de efetivos, falta de políticas de melhoria nas delegacias e o aumento nos índices de criminalidade, o que coloca os policiais civis sob intenso estresse”. Assim, esses problemas ocasionam mais afastamentos para tratamento médico, e consequentemente, tiram cada vez mais os operadores de segurança pública de sua batalha diária.  

O Sindpol/MG continuará cobrando das autoridades do Governo do Estado uma maior valorização e respeito com aqueles que colocam suas vidas em risco para cumprir seu ofício de proteger a sociedade mineira.

Sindicato em ação

O departamento jurídico do Sindpol/MG entrou com mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a fim de, isentar os Policiais Civis da comarca de Jacinto/MG de realizarem escolta e guarda de presos.

O STJ concedeu o mandado de segurança, conforme documento ao lado.

Manifestação

O Sindpol/MG apoia a manifestação pacífica pelo falecimento da Investigadora Maria Regina de Almeida, baleada em um assalto na segunda-feira (1º), no bairro Nova Suíssa, em Belo Horizonte/MG e também pela tentativa de homicídio contra o companheiro Paulo César de Oliveira, ferido durante um tiroteio em Contagem/MG, quando o mesmo cumpria mandado de prisão contra bandidos.

A manifestação será nesta quinta-feira, dia 04/09, de 14h às 16h, em todas as delegacias do Estado e também na Praça da Liberdade, onde os policiais deverão estar vestidos de preto, em demonstração de luto e indignação pelos colegas.

O Sindpol/MG continuará cobrando das autoridades do Governo do Estado, como sempre o fez, em relação à valorização e respeito aos operadores de segurança púbica, que colocam suas vidas em risco para cumprir seu ofício de proteger à sociedade mineira.

A direção do sindicato não só se solidariza com os familiares e companheiros, como também, estará presente na manifestação.

Diretoria Executiva

 

O investigador de polícia, Paulo César de Oliveira, ferido ontem durante um tiroteio em Contagem/MG, região metropolitana de Belo Horizonte, está internado no Hospital João XXIII e precisa de doadores de sangue de qualquer tipo sanguíneo.

 

Local: Alameda Ezequiel Dias, nº 321 – Santa Efigênia/BH

 Avisar o nome do paciente e local da internação

Mais informações acesse: HEMOMINAS

Corpo de policial civil morta durante assalto será sepultado nesta terça-feira


O corpo da investigadora da Polícia Civil, Maria Regina de Almeida que morreu após ser baleada na segunda-feira (1º), durante um assalto no bairro Nova Suíssa, região Oeste de Belo Horizonte, será sepultado às 17 horas desta terça-feira (2). O velório teve início às sete horas desta manhã no Cemitério da Colina. Segundo a Polícia Civil (PC), a família manifestou o desejo em cremar o corpo da vítima, porém é necessário aguardar decisão judicial.

A vítima estava em um veículo Hyundai HB20, na rua Monte Simplon, altura do número 720, quando foi abordada por dois homens em uma moto.  Os dois bandidos teriam atirado três vezes em direção a investidora. Após os disparos, um dos suspeitos fugiu no veículo roubado e o outro na moto usada no assalto. Nenhum suspeito foi preso até o momento.

A policial foi socorrida em estado grave e encaminhada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Oeste. No entanto, ela não resistiu aos ferimentos e morreu pouco tempo depois de dar entrada na unidade de saúde.

Intenso rastreamento foi montado pela Polícia Civil na região e o carro da investigadora foi localizado, abandonado, em uma rua da Favela da Ventosa.

Manifestação
Está marcada para esta quinta-feira (4) uma manifestação dos delegados civis da região Metropolitana de Belo Horizonte. O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindepominas) confirmou a informação, mas não deu detalhes sobre como será o protesto. O sindicato apenas informou que a manifestação será pacífica e que ocorrerá das 14h às 16h, na Grande BH.

Outro caso
Um investigador da Polícia Civil também foi baleado, este no rosto, nessa segunda-feira (1º), durante uma troca de tiros no bairro Tijuca, localizado no limite entre as cidades de Contagem e Belo Horizonte.

A PC informou que uma equipe da Delegacia Especializada de Homicídio Noroeste estava em operação no bairro Tijuca, quando foi recebida por tiros. Além do subinspetor Paulo César Oliveira Mendes, de 47 anos, da equipe de investigadores, um suspeito foi atingido. O suspeito é Peterson Mateus Silva Bastos, de 19 anos, que estava com mandado em aberto por ter sido acusado pelo homicídio de Iago Ribeiro dos Santos, morto em 2013.

Ainda de acordo com a Civil, Peterson tem duas tatuagens no corpo. Uma delas fica na sobrancelha e é uma referência ao artigo 121 do Código Penal, que discorre sobre homicídio. A outra é uma tatuagem de palhaço, possivelmente, uma alusão a matadores de policiais.
 
Além de Peterson, Wagner Junio Pereira Batista, de 20 anos, é suspeito de ter feitos disparos contra os policiais. A dupla será autuada por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e associação ao tráfico de drogas. Durante a operação, também foi apreendido um revólver calibre 38 e um tablete de crack.
 
Segundo a PC, o subinspetor foi levado para o Hospital João XXIII e estado de saúde dele é estável. Peterson foi atingido no pescoço e no braço e não há informações sobre o estado de saúde dele.

Fonte Hoje em Dia

Inspetora morta em assalto no Nova Suissa ia se aposentar em 2015

A policial civil de 47 anos, vítima de latrocínio – roubo seguido de morte – enquanto saída de casa para ir ao trabalho, na manhã desta segunda-feira (1º), no bairro Nova Suissa, na região Oeste de Belo Horizonte, iria se aposentar no próximo ano.

Marina Regina de Almeida, que atuava na Central de Operações Policiais (COP),  tinha 24 anos de serviços prestados. Conforme informações de familiares, que preferiram não se identificar, a policial era uma pessoa amável, vivia e trabalhava para os dois filhos. Inclusive, o carro levado no assalto, o HB20, estava no nome do filho mais velho da vítima. Maria deixa um adolescente de 15 anos e um jovem de 21.

Após o crime, o superintendente de investigação e Polícia Judiciária da Polícia Civil de Minas Gerais, Jefferson Botelho, declarou que a polícia está empenhada em encontrar os responsáveis pelo crime. “A Polícia Civil está engajada e com objetivo de buscar a autoria deste crime. E vamos identificar os suspeitos e colocá-los à disposição da justiça”, encerrou.

Entenda

De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi abordada na rua Monte Simplon, no momento em que ela saía de casa. Dois homens em uma motocicleta abordaram a mulher e exigiram o veículo. Ainda não há informações se a vítima reagiu. A arma da policial foi localizada com ela.

Segundo a Polícia Civil, a mulher levou três tiros. O carro foi localizado no Aglomerado da Ventosa e, até o momento, ninguém foi preso. Militares do 22º Batalhão de Polícia Militar fazem rastreamento na região.

Marina Regina de Almeida foi socorrida e encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste, mas não resistiu aos ferimentos. Equipes das polícias Civil e Militar, com cerca de cem policiais, fazem rastreamento na Ventosa na tentativa de localizar os autores do crime.

Até o momento ninguém foi preso.

Fonte: O Tempo

Número maior de presos não reflete em redução de crimes

De ladrões de galinha a ladrões de celular. O objeto-alvo do crime pode mudar ao longo dos anos ou variar de preço, mas o furto (quando não há contato com a vítima) continua sendo um dos que mais resultam em prisão em Minas. O sistema carcerário do Estado tem mais detentos enquadrados por essa e outras práticas de menor potencial ofensivo (como ameaça e dano) – 38,5% – que por tráfico de drogas – 32,7% –, além de superar o total de delitos contra a vida (assassinato, roubo e estupro) – 26,8%.

Os dados são da Secretaria de Estado de Defesa Social e mostram que, embora a população carcerária tenha aumentado 50% nos últimos cinco anos, a violência continua em alta – o roubo subiu 24,37% de janeiro a julho, em comparação com o mesmo período de 2013. Para especialistas, é preciso inverter a lógica de prisão e só colocar na cadeia os criminosos envolvidos em crimes contra a vida e corrupção, que geram grande dano ao país.

“Senão, de um prejuízo de R$ 200 por conta de um celular furtado, a sociedade paga mais cerca de R$ 3.000 por mês para manter o ladrão na cadeia”, afirmou o juiz do Grupo de Monitoramento do Sistema Carcerário do Maranhão e estudioso no tema Douglas de Melo – em Minas, o gasto médio por preso é de R$ 2.000 mensalmente, segundo a Seds.

Cenário. O Estado tem atualmente 53.800 presos enquadrados em cerca de 81.527 crimes – alguns estão envolvidos em mais de um delito. A maioria (cerca de 26 mil) está na cadeia por tráfico de drogas. “Temos cerca de 200 mil presos no Brasil por tráfico, mais ou menos três vezes a população carcerária da Argentina. Se todos fossem traficantes, o tráfico no país já teria acabado”, disse Melo.

Para ele, os presídios estão lotados de dependentes químicos que vendem drogas para sustentar o vício e de ladrões de celular. “A criminalidade diminuiria muito se mudássemos o sistema, concentrando nossas forças em homicídio e crimes contra a vida. Os presídios estão tão cheios que viram crime organizado. Sinal de que há uma deformação, com mais valor para o patrimônio que a vida”, disse o juiz.

Na lista de crimes mais recorrentes entre os detentos, o homicídio aparece em quarto lugar, responsável por 7,8% dos enquadramentos (cerca de 6.300 presos) – menos que o furto, com 10,5% (8.500). O roubo, que tem o uso de violência, aparece com 17,9% (14,5 mil), menos que o total de crimes de menor potencial ofensivo, que somam 28% (22,8 mil). Essa ordem se mantém desde 2009, quando o sistema tinha 35.894 presos – 17,9 mil a menos que hoje.

O juiz da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte Marcelo Pereira, por sua vez, defende que o crescimento da população carcerária é fruto da criminalidade crescente nas ruas, e não de uma decisão da Justiça. Ele argumenta ainda que há mais presos por furto que por homicídio pelo fato do primeiro crime ser mais comum que o segundo. “Cada juiz toma a decisão de acordo com sua convicção, mas observo que prisão é usada em crimes com violência ou grave ameaça”.

Insegurança. 52.674 roubos foram registrados em Minas nos últimos sete meses

Apacs. Além de penas alternativas para presos de menor periculosidade, as Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APACs) são vistas com bons olhos por especialistas para melhorar o sistema prisional e, de fato, ressocializar os detentos – nelas, presos trabalham e são responsáveis por sua recuperação. “É uma pena que sejam tão poucas no país. Nas Apacs, não importa o crime praticado, mas, sim, sua disposição em se ressocializar”, afirmou o juiz Douglas de Melo.

Estrutura. Em Minas, as Apacs são mantidas desde 2001. Hoje, há 33 unidades, maior número entre os Estados brasileiros, segundo o governo. A meta é criar mais oito. Em 2013, o Estado investiu R$ 20 milhões na manutenção das Apacs.

Prevenção. Para evitar o aprisionamento, a Seds diz que a principal estratégia é investir em prevenção. Há hoje cinco programas: Fica Vivo!, Mediação de Conflitos, Central de Acompanhamento de Penas e Medidas Alternativas (Ceapa), Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp) e Programa de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Fonte: O Tempo

Nota de pesar

Dois episódios de tamanha gravidade marcaram e indignaram toda a direção do Sindpol/MG. A investigadora, Maria Regina de Almeida, foi assassinada ao sair com seu veículo na porta de casa, no bairro Nova Suíssa. Segundo informações, dois bandidos alvejaram nossa policial civil, não dando qualquer condição de defesa à mesma.

Também na manhã de hoje, outro investigador da Polícia Civil, Paulo César de Oliveira Mendes, que estava cumprindo seu dever, foi gravemente baleado durante um tiroteio em Contagem/MG, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Estes dois fatos não podem ser tratados como fatos isolados e só vêm desnudar a real situação de vulnerabilidade, desamparo e abandono, pela qual atravessa a nossa instituição Polícia Civil e seus apoiadores. Além de baixo efetivo, não há adicional de periculosidade e risco de contágio para os policiais. Reivindicamos a apuração e a resposta institucional necessária e proporcional em casos como estes.

A direção do sindicato não só se solidariza com os companheiros e familiares desses dois guerreiros atingidos em combate, mas também, exige das autoridades e do Governo do Estado maior acompanhamento e atenção para com os operadores da Polícia Civil, que colocam suas vidas em risco para cumprir seu ofício e garantir à sociedade mais proteção e segurança.

Diretoria Executiva

Mais um investigador é baleado, desta vez em Contagem, durante tiroteio

Um investigador da Polícia Civil foi baleado no rosto, nesta segunda-feira (1º), durante uma troca de tiros no bairro Urca, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Este é o segundo caso de policial civil atingido por bandidos hoje. No início da manhã, a investigadora Maria Regina de Almeida morreu depois de ser baleada no bairro Nova Suíssa, região Oeste da capital.

Conforme a Polícia Civil, equipe da Delegacia de Homicídio Noroeste estava em operação na rua Maria Bitencourt quando começou o tiroteio. Além do investigador, um suspeito também foi atingido.

O policial foi socorrido pelo helicóptero Arcanjo, do Corpo de Bombeiros, e levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Conforme os militares, o investigador apresentava sagramento no pescoço e braço.

O suspeito ferido também foi resgatado e encaminhado para uma unidade de saúde para atendimento médico. O estado de saúde do policial e do suspeito não foi revelado.

Fonte: Hoje em Dia

Investigadora da Polícia Civil morre baleada em assalto no Nova Suíssa

A investigadora da Polícia Civil, Maria Regina de Almeida, morreu após ser baleada na manhã desta segunda-feira (1º), durante um assalto, no bairro Nova Suíssa, região Oeste de Belo Horizonte.

A vítima estava em um veículo Hyundai HB20, na rua Monte Simplon, altura do número 720, quando foi abordada por dois homens em uma moto.

Conforme a Polícia Civil, os dois bandidos atiraram três vezes em direção a investidora. Após os disparos, um dos suspeitos fugiu no veículo roubado e o outro na moto usada no assalto.

A policial foi socorrida em estado grave e encaminhada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Oeste. No entanto, ela não resistiu aos ferimentos e morreu pouco tempo depois de dar entrada na unidade de saúde.

Intenso rastreamento foi montado pela Polícia Civil na região e o carro da investigadora foi localizado, abandonado, em uma rua da Favela da Ventosa. Contudo, nenhum suspeito foi localizado e preso.

Fonte: Hoje em Dia

Cidade mineira tenta deixar lista das mais violentas do país

Grades semelhantes às dos presídios de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte, cada vez mais passam a ser vistas nos imóveis da cidade. É assim que parte dos 26 mil moradores tenta conter o crescimento da criminalidade no município, que não consegue sair da lista dos mais violentos do país nos últimos anos e lidera as estatísticas em Minas, segundo o Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos. Antes do assassinato de quatro homens, na noite do último dia 25, na disputa pelo tráfico de drogas na região, alguns habitantes começavam a sentir redução dos crimes neste ano. Mesmo com a chacina, eles esperam que a situação melhore em breve.

Por trás dos ferros, Solange Machado, 48, entrega os pedidos para os clientes da sua lanchonete até as 17h, antes de escurecer. A razão de tanta proteção é o medo de novos assaltos. Foram dois no ano passado, cometidos pelo mesmo bandido. “Em 11 anos, nunca tinha acontecido nada. Agora, não tem mais jeito. Bicas mudou muito. Depois das 20h, não saio mais de casa. Coloquei a grade para me sentir protegida”, contou.

A Casa de Memória, em frente à igreja, guarda as únicas lembranças que São Joaquim de Bicas quer preservar, como os instrumentos antigos e as fotos de figuras ilustres, de uma época em que todos se conheciam. Uma cidade pequena, de poucos habitantes, que era para ter mantido os ares de interior, mas herdou uma das piores características das cidades grandes vizinhas: a insegurança.

O carteiro Daniel Alves, 51, conta que trabalhar no município é o mesmo que em cidade grande. “Ninguém nos recebe muito bem, querem saber logo quem é quando batemos à porta”. A agência dos Correios do município tem porta giratória e um segurança.

Enterros. O que mais entristece o coveiro Raimundo da Silva, 67, nascido e criado na cidade, é a morte de jovens. Com as mãos calejadas, ele mostra a área de 40 túmulos que, em oito anos, foi preenchida por 200 corpos. A equipe de O TEMPO esteve na cidade há exatos dois anos e conversou com seu Raimundo. Segundo ele, de lá pra cá, a situação melhorou um pouco. “Acho que já mataram todo mundo. Voltamos a enterrar mais idosos que jovens. Espero continuar assim até chegar a minha vez”, disse. Naquela época, matava-se mais em Bicas que na Guerra do Iraque, conforme mostrou a reportagem.

Atualmente, os números seguem a percepção do coveiro. No primeiro semestre deste ano, 11 pessoas morreram “de morte matada”, como ele diz. Isso significa uma redução de 35%, já que, no mesmo período de 2013, foram 19 assassinatos. Por outro lado, os roubos tiveram aumento de 25% nos seis primeiros meses do ano. Em uma das principais avenidas do centro, quase todos os comerciantes já foram assaltados. “Antigamente, eu amanhecia o dia no comércio, agora, às 19h, fecho as portas”, afirmou Daniel José da Silva, 75, dono de um bar.

Fonte: O Tempo