Concurso de Investigador de Polícia I

Concurso de Investigador de Polícia I

Foi publicado no Diário Oficial de hoje (07/08) a classificação final e a convocação para entrega dos documentos dos candidatos aprovados – dentro do número de vagas – em todas as etapas do concurso de Investigador de Polícia I. O certame também foi homologado, tendo prazo de validade de dois anos prorrogável por igual período.

O Sindpol/MG continua na luta pela convocação dos excedentes do concurso de Investigador, sendo uma de suas prioridades a recomposição dos quadros da Polícia Civil.

Clique aqui e confira a entrevista do secretário de Defesa Social Bernardo Santana, onde ele fala do aumento de efetivo da PCMG.

Confira a lista divulgada no Diário Oficial.

Departamento jurídico do Sindpol/MG conquista na justiça tutela antecipada para pagamento imediato do auxílio natalidade negado a servidor

 

O Departamento de Pessoal da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais negou o pagamento do Auxílio Natalidade com fulcro no Memorando n.º 725/AJ-GAB/2014, da Assessoria Jurídica da Chefia da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, uma vez que segundo a DAPP, ocorreu o descumprimento do prazo de sessenta dias para requerimento do citado auxílio.

Assim, o Departamento Jurídico do Sindpol/MG foi acionado para propor ação para que o servidor não sofresse prejuízos pessoais e financeiros, uma vez que a Lei Complementar Estadual n.º 129/2013 (Lei Orgânica da PCMG), determina o pagamento do Auxílio-Natalidade, sem nenhuma ressalva, vejamos:
 

“(…) Seção II

Das Indenizações e das Gratificações

Art. 49. Aos integrantes das carreiras da PCMG serão atribuídas verbas indenizatórias e de gratificação, observados os respectivos critérios e requisitos, em especial:

(…)

XIV -auxílio-natalidade, devido pelo nascimento de filho ou adoção, no valor da remuneração percebida pelo servidor na ocasião do nascimento ou da adoção, a ser paga à vista de certidão, admitida uma única percepção no caso de pai e mãe serem dos quadros da PCMG (…)”.

E não há que se falar que com o Decreto Estadual nº 42.897 de 17/09/2.002, o servidor da Polícia Civil não faz jus ao pleiteado auxílio-natalidade, porque a Lei Orgânica entrou em vigor depois do referido Decreto, não fazendo nenhuma ressalva quanto ao prazo para requerimento do Auxílio Natalidade.

Ademais, conforme assinalado pelos advogados do Sindicato na ação, citado Decreto não é hábil a revogar dispositivo da Lei Orgânica da PCMG, em razão do princípio da hierarquia das leis, sendo, portanto, inválida a norma que a contradisser. Acrescentaram, ainda, que somente outra lei complementar poderia revogar dispositivo da Lei Complementar Estadual n.º 129, de 08/11/2.013. E finalizaram dizendo que os Decretos servem apenas, e tão somente, para regulamentar o disposto em Lei, não podendo criar direitos não previstos nela, tampouco restringí-los quando ela não o fizer.

Os argumentos dos causídicos foram acatados pelo Juiz que, inclusive, impôs o cumprimento da obrigação no próximo holerite do demandante, sob pena de multa de R$ 2.000,00, conforme decisão anexa. Veja ao lado os documentos.

É o departamento jurídico do SINDPOL/MG trabalhando em prol dos filiados do sindicato, aproveitando desde já a oportunidade para CONVOCAR os filiados que estiverem em citada situação a procurarem os advogados do seu Sindicato para a adoção das medidas cabíveis.
 

Nota a comunidade Policial

 

O investigador de polícia Daniel Augusto Mota Rocha foi vítima de um assalto na noite do dia 06/08, acabou reagindo a ação criminosa e foi baleado, mas passa bem. Os bandidos tentaram roubar o veículo do policial, que reagiu trocando tiros com os criminosos, não se sabe ainda se os delinquentes foram atingidos durante a troca de tiros, a quadrilha fugiu em um Fiat Uno branco.

O policial foi encaminhado para o Hospital Municipal Odilon Behrens, passou por cirurgia e não corre o risco de morrer.

O Sindpol/MG deseja melhoras ao investigador Daniel e parabeniza também a atitude do investigador Thiago Cardoso Burgarelli Castanheira, pois no momento em que ocorreu o fato, o policial Thiago estava passando com seu veículo próximo ao local, e ao escutar a troca de tiro, parou o seu carro e desceu correndo do mesmo em direção aos criminosos, e ao passar pela vítima, percebendo que a mesma estava ferida, a socorreu. Após o diálogo entre ambos é que Thiago descobriu que a vítima se tratava do policial civil Daniel.

Quem tiver informações que ajudem a identificar os bandidos favor entrar em contato com o disque denúncia – 181.

Assista ao vídeo.

 

Câmara aprova texto-base de 'pauta-bomba' que da aumento para AGU, delegados civis e federais

Publicado no G1, por Nathalia Passarinho, em Brasília

A Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira (05/08), em primeiro turno, o texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC) que vincula os salários das carreiras da Advocacia-Geral da União e de delegados civis e federais a 90,25% do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Também estão incluídos procuradores de estado e de municípios com mais de 500 mil habitantes.

A aprovação ocorreu com 445 votos favoráveis, 16 contrários e 6 abstenções. Por elevar os gastos públicos tanto da União quanto de estados e municípios, essa PEC é considerada uma das "pautas-bomba” que preocupam o governo e que podem prejudicar o esforço de ajuste fiscal. Atualmente o salário dos ministros do STF, que representa o teto do funcionalismo público, é de R$ 33,7 mil. Com a vinculação em 90,25%, a remuneração das carreiras citadas na Proposta de Emenda à Constituição passará a ser de R$ 30,4 mil, valor próximo ao da presidente da República – R$ 30,9 mil.

Segundo o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, o impacto da PEC será de R$ 2,4 bilhões nas contas públicas. Após uma reunião com líderes da Câmara no gabinete do vice-presidente Michel Temer, na quarta-feira (05/08), Barbosa fez um apelo por meio do microblog Twitter para que os deputados rejeitassem a proposta que vincula salários de advogados da União e delegados aos vencimentos de ministros do STF.

“Somos contra vincular os salários ao teto da remuneração do #Judiciário, mas estamos negociando. […] O custo da #PEC443, que por enquanto só atinge advogados públicos e delegados, é de R$ 2,4 bi ano", escreveu o titular do Planejamento no Twitter.

Os deputados ainda precisam votar propostas de alteração ao texto, o que deve ocorrer na próxima terça (10/08), antes da análise em segundo turno – o que ainda não tem data para ocorrer. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que, antes de submeter o texto ao segundo turno, vai aguardar a aprovação no Congresso de outra PEC, que determina que todo novo encargo ou prestação de serviço transferido para os estados e municípios deverá ter a previsão de repasse correspondente.

A intenção é evitar que o aumento salarial para procuradores de estado e municípios e para delegados civis provoque prejuízos às contas estaduais e municipais. A aprovação da proposta de vinculação salarial ao teto do funcionalismo público ocorre uma semana depois de a presidente Dilma Rousseff fazer uma ampla reunião com governadores para pedir apoio contra as “pautas-bomba” no Congresso Nacional.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), classificou a votação da proposta de “duro golpe no equilíbrio das contas”. “A responsabilidade é do Congresso Nacional, que não atendeu ao apelo do governo de estabelecer um processo de diálogo. Queríamos uma solução adequada para não atingir o pacto fiscal. O governo é contra, mas se rende ao desejo da maioria. Há um desejo no plenário de votar a PEC e esse plenário assume a responsabilidade (do impacto nas contas públicas) com a União e os entes federados”, disse o petista.

Apesar do impacto nas contas públicas, até mesmo o líder do PT, Sibá Machado (AC), orientou a bancada do partido a votar a favor da PEC. Ele destacou, porém, que trabalhará, até a votação em segundo turno, por mudanças no texto que aliviem os gastos. A ideia do partido é manter a vinculação salarial somente para a AGU.

“Com relação à AGU, eu fiz todo um esforço para colaborar numa negociação imediata. Sem demérito das demais categorias, mas elas estavam numa condição melhor. É bom que fique claro que haverá um segundo turno. Vamos encaminhar o voto sim nessa matéria, para que possamos encontrar uma solução a essa negociação até a votação em segundo turno”, disse.

O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), defendeu a aprovação da proposta, dizendo que a equiparação é “justa”. “As carreiras jurídicas têm que ter isonomia para que funcionem bem.”

A oposição também defendeu a PEC. O líder do Solidariedade, Arthur Maia (BA), argumentou que os advogados públicos, delegados e procuradores não podem “pagar a conta” da crise econômica.

Fonte: G1

Secretário da SEDS afirma que governo quer recompor o efetivo da Polícia Civil

O secretário de Defesa Social (SEDS) Bernardo Santana, em entrevista ao jornal O Tempo, afirmou que para esse ano serão convocados mil novos investigadores e, para o próximo ano 1.450, em um total de 2.450 investigadores. E disse ainda que estão trabalhando com os números para o novo concurso de delegado, na qual pretendem divulgar edital ainda esse ano.

Confira a entrevista na integra clicando aqui. A partir dos 31’47” o secretário fala a respeito da PCMG.

Fonte: O Tempo

Nota de pesar

É com muito pesar que o Sindpol/MG comunica o falecimento do nosso amigo e parceiro inspetor José Gonçalves Maia. O inspetor será velado a partir das 8h no Cemitério Parque da Colina e será sepultado às 11h de hoje (03/08). O sindicato se solidariza com os familiares e amigos desse ilustre policial, que por anos serviu a gloriosa Polícia Civil de Minas Gerais.

Sindicato em ação: Diretoria do Sindpol/MG despacha com Administração Superior da PCMG, exigindo respeito às atribuições de Investigadores

Na tarde da última quarta-feira (29/07), a direção do Sindpol/MG, após várias reclamações de investigadores da base, que estão sendo obrigados a desempenharem atribuições de escrivães, em detrimento de suas prerrogativas específicas, despacha ofício em conjunto com a Adepolc e Aespol, requerendo a retirada da grade curricular de práticas cartorárias na Acadepol, para o próximo Curso de Formação Policial dos Investigadores, e ainda requereu da Administração Superior, que sejam revogadas todas as portarias expedidas por delegados determinando que investigadores desempenhem atribuições alheias àquelas previstas na Lei Complementar 129/2013.

Veja ofício ao lado.

Parceria Sesc e Sindpol/MG

Atenção filiado!

Parceria Sesc e Sindpol/MG para espetáculo no Sesc Palladium, com desconto para filiados no espetáculo A Costureira.

Para mais informações sobre a peça clique aqui.

Sindpol/MG Itinerante

O Relações Públicas do Sindpol/MG Tarik Bruck, juntamente com o diretor do sindicato em Conselheiro Lafaiete, Anderson Resende, se reuniram com os policiais civis da cidade e região para tratar de assuntos de interesse da categoria, como a equiparação salarial.

INFORMAÇÃO DE INTERESSE DOS POLICIAIS CIVIS


Punição para servidor demora até 1.400 dias
Maus servidores contam com demora na apuração de delitos

PUBLICADO em 27/07/15, por Tâmara Teixeira

O crime estava longe da complexidade dos que estão sendo investigados pela operação Lava Jato – que em menos de um ano já gerou condenações –, mas foi preciso 1.486 dias para que o Estado julgasse uma fraude envolvendo a falsificação de um diploma. Com a demora, por dez anos E.F.S. deu aulas para alunos da educação básica de Minas Gerais sem ter a formação necessária.

A lentidão do caso não é um fato isolado no julgamento de faltas praticadas por servidores estaduais. Em média, são 867 dias para se solucionar processos de corrupção. Em 239 episódios, a morosidade foi além, e as ações foram arquivadas por prescrição.

A falsa professora foi expulsa dos quadros do Estado neste mês, junto com outros 128 servidores. As demissões aconteceram depois de uma força-tarefa do atual governo julgar 447 fatos envolvendo 565 servidores que, apesar de estarem prontos para o parecer final, esperavam, alguns há 16 anos, nas gavetas da Controladoria Geral do Estado (CGE-MG).

A maioria das expulsões, 92, foi por abandono de emprego. Atos de corrupção motivaram outras 19. A delonga nas sentenças impede que os prejuízos sejam estancados, sendo eles financeiros, ou não, como no ocorrido com a professora impostora. Ela lecionou entre 2005 e 2015 depois de apresentar diploma e histórico falsos de uma faculdade de educação física de Guarulhos, em São Paulo.

O caso do técnico ambiental A.E.C.O. também levou quatro anos para ser concluído. Em 2010, ele concedeu dois pareceres de licenças ambientais favoráveis a uma mineradora que era cliente de uma empresa de consultoria que pertencia a sua esposa e a seu filho.

Agilidade. O atual controlador, Mário Spinelli, reconhece que o tempo médio de 867 dias para analisar um ato de corrupção é “muito alto”. Ele promete que, em sua gestão, serão, no máximo, 365 dias. “Esse prazo é totalmente fora de sentido e é um incentivo à impunidade. A celeridade tem impacto preventivo enorme”, diz.

O controlador explica que, dentro do processo, é preciso garantir o direito de defesa do servidor. Spinelli lembra que em muitos casos são necessários a realização de perícias e o depoimento de testemunhas, o que demanda tempo. “Se não for feito com calma, tudo pode ser anulado depois”.

Ainda de acordo com o controlador, todo o passivo das antigas administrações, que já estava pronto para julgamento, foi analisado pela força-tarefa em 49 dias. Agora, está em curso a análise de outros 277 processos.

A região Central de Minas acumula o maior número de expulsões, 70, seguida do Norte do Estado, dez. As secretarias de Educação, de Saúde e de Defesa Social são as com maior número de demitidos desde 2007.

Apuração

Competência. A Controladoria não tem poder de investigação criminal e pode atuar apenas com punições disciplinares como suspensão ou expulsão.

Justiça. Em casos passíveis de apuração do Ministério Público, da Polícia Civil ou da Federal, os processos são encaminhados para os órgãos competentes.

Prescrição. Para os casos em que a punição aplicada é a suspensão, o prazo para análise do processo na Controladoria, a partir da instauração do processo, é de 880 dias. Para as ações passíveis de expulsão são 1.610 dias.

Denúncias

Campanha. A CGE lançou na semana passada uma cartilha com o passo a passo para fazer denúncias: pelo site, na sede da instituição ou pelo e-mail [email protected].

 

Fonte: O Tempo

Veja mais: ‘Pequenos’ deslizes contradizem revolta por desmandos

Centros socioeducativos aliam punição com ressocialização
Reportagem visitou unidade de internação em BH onde jovens cumprem medidas sob regras rígidas

Publicado em 27/07/15, por Joana Suarez
 

O local não é um presídio, é um centro socioeducativo. As celas são chamadas de alojamentos, os pavilhões de núcleos, e os presos de adolescentes acautelados. Os nomes podem mudar, mas a punição é a mesma. Quem está ali, cercado por grades, muros altos e arames farpados, está privado de liberdade e tem que seguir regras rígidas. Se não fosse a sensação real de encarceramento, a unidade poderia se passar por uma escola, já que a maioria dos internos tem rosto de menino. Mas a pouca idade não impediu que eles cometessem crimes, no caso, atos infracionais. E é por isso que hoje eles dividem “quartos” pequenos e escuros.

A reportagem de O TEMPO visitou o Centro Socioeducativo (CSE) Horto, na região Leste da capital, onde 75 adolescentes estão em alojamentos – dois ou três em cada. Com as mãos para fora das janelas de grade, eles gritavam para chamar a atenção durante as quase duas horas em que alguns foram entrevistados. Em comum, além do fato de quererem ser ouvidos para sair das “celas”, os jovens se mostram contra a redução da maioridade penal – em discussão no Congresso Nacional. “Isso aqui já é cadeia, tem grade para todo lado”, gritou um interno.

Assim como ele, a juíza Valéria da Silva Rodrigues, titular da Vara Infracional da Infância e Juventude de Belo Horizonte há dez anos, entende que reduzir a maioridade penal não irá diminuir a criminalidade entre adolescentes. “A medida socioeducativa não é pena, mas eles estão ali presos para cumprir uma sanção. Estão sendo punidos. E, no tempo de privação, temos a obrigação de recuperá-los para que eles retornem como pessoas melhores para a sociedade”, afirma.

Na opinião da magistrada, que também atuou por 13 anos em varas criminais comuns, o que diferencia a unidade de internação de um presídio para adultos é que “o modelo socioeducativo é um sistema que recupera, a estrutura penitenciária, não”. Segundo a juíza, nos presídios, cerca de 70% dos presos reincidem no crime. “Nosso índice de reincidência, de 15%, mostra que, se forem dadas oportunidades, eles (menores infratores) podem seguir outros caminhos”, avalia.

Essa situação é vivida na prática por João*, 16, que há um ano e seis meses está acautelado no CSE Horto. Ele entrou na unidade na quinta série escolar, e agora, já cursa o oitavo ano. O rapaz corta o cabelo dos colegas lá dentro e sonha em ser cantor de “funk consciente”. “Se colocar um adolescente de 16 anos no meio de bandidos perigosos, o menino vai buscar mais conhecimento no crime”, acredita. “Cresci num lugar onde só tinha gente armada, vendendo droga, aí fui me espelhando no que estava perto”, acrescenta o rapaz, que cumpre a medida por roubo.

Pela manhã, todos os internos assistem a aulas na escola da unidade. Isso vai possibilitar a Francisco*, que, ao sair da unidade, com 19 anos, tenha o ensino médio concluído. “Se eu não tivesse sido pego, ainda estaria roubando e na oitava série. Aqui, eu estou preso, mas tenho atividades educativas, bem diferente da cadeia. Não posso mais vacilar”.

* Por se tratar de menores, foram usados nomes fictícios

O que eles dizem

“Eles estão querendo reduzir a ‘menoridade’, é? Imagina estar na cadeia com 15 anos junto com os caras mais velhos? Nós vai (sic) é aprender a fazer mais crimes com os caras”, disse um dos menores. Outro jovem, que também cumpre medida socioeducativa, disse que, se a maioridade for aos 16 anos, “vai ter menino que vai dar a vida para não ser pego. Infelizmente vai matar polícia, e muita polícia vai matar bandido (sic). Também vai ter muitos começando no crime mais cedo”, afirmou o rapaz.

Qual o seu crime?

Nos centros de internação, adolescentes que cometeram estupro, homicídio e roubos ficam no mesmo alojamento, mas nem todos sabem sobre os crimes. A maioria deles diz que foi pego no “157” – número que corresponde ao roubo no Código Penal – e prefere não dar detalhes do crime que cometeu. “Estava roubando, tipo a pessoa saindo do banco, tipo saidinha de banco”, disse Francisco* ao falar sobre sua apreensão. Entre fugas e internações, ele já soma dois anos e meio de cumprimento de medida.

Fonte: O Tempo

Veja mais: ‘Futuro’ do menor é decidido em até 24 horas

 

 

Artigo publicado por O Tempo, em 23/07/2015.

Roubo é o desafio do momento para forças de segurança de Minas Gerais

Publicado no Uai, por Valquíria Lopes

A mais nova estatística de crimes violentos em Minas confirmou o que comerciantes, pedestres, motoristas e moradores em geral já percebem nas ruas: o roubo é o desafio do momento para forças de segurança do Estado. O balanço do primeiro semestre, divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), apontou crescimento de 17,15% do delito em Minas em relação ao mesmo período do ano passado (de 46.311 para 54.255) e de 14,69% em Belo Horizonte, que concentra 37% das ocorrências. Na contramão de outros crimes violentos, inclusive o homicídio, os roubos são os únicos com tendência de alta e representam a grande maioria (88,7%) do total de 61.120 ocorrências violentas registradas este ano (veja tabela)*.

Para especialistas em segurança, a escalada dos ataques contra o patrimônio é resultado da combinação de falhas em vigilância, investigação e punição. Eles afirmam que uma redução consistente desse tipo de crime vai exigir, entre outras medidas, investimentos em policiamento, trabalho de inteligência para desbaratar quadrilhas de receptação, além de melhorias no sistema prisional e rapidez na aplicação de penas. A Seds informou, por meio de nota, que monta estratégia para reduzir os roubos que inclui compra de viaturas e reconvocação de policiais militares.


Na avaliação do sociólogo Robson Sávio Reis, coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os crimes contra o patrimônio apresentam taxas “muito altas”. Ele avalia que uma das razões é a baixa capacidade de vigilância das forças de segurança, que incluem polícias Militar e Civil, guardas municipais, fiscais de posturas e agentes de trânsito. O especialista considera ainda que, mesmo que a vigilância fosse alta, haveria outro problema: para ele, prender muito não terá grande impacto se o sistema carcerário continuar superlotado.
Robson avalia ainda ser ser preciso mostrar punição mais efetiva e rápida. “O Judiciário precisa julgar mais rápido. Em vez de manter o ladrão preso por anos, à espera de julgamento, deve determinar penas alternativas imediatamente. Isso diminui a sensação de impunidade”, defende o especialista.

Segundo Robson Sávio, enquanto a segurança pública for incapaz de proteger o cidadão plenamente, outro setor continuará a lucrar com essa fragilidade. “A cada dia cresce mais e mais o número de empresas de vigilância, de seguros de casas, de carros, de cargas, de celulares, entre outros tantos. O cidadão fica com essa ilusão de que está sendo protegido, mas isso deveria ser um direito seu”, opina.O controle de armas de fogo é uma estratégia que o estado deve adotar no combate ao roubo, na avaliação do cientista político Guaracy Mingardi, ex-secretário nacional de Segurança Pública e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Estudos mostram que há cerca de 16 milhões de armas ilegais no país. “A polícia precisa ir atrás das armas que estão com bandidos, montar operações específicas”, defende. Guaracy afirma que é preciso esforço maior de investigação dos “ladrões profissionais” e das quadrilhas de receptação. “Prevenir simplesmente não funciona. A margem para aumento do efetivo, usando o pessoal administrativo, é muito pequena, cerca de 4%. É preciso montar grandes inquéritos, desarticular os grupos de receptação, que formam verdadeiras indústrias do crime”, avalia.

Estratégia Em nota, o secretário de Estado de Defesa Social, Bernardo Santana, informou que o estado está montando uma estratégia de combate aos roubos. A iniciativa envolve as polícias Militar e Civil e passa pela compra de viaturas e reconvocação de policiais que foram para a inatividade, graças à aprovação do adicional de 45% sobre os vencimentos. “Em sete meses de governo tivemos que enfrentar vários óbices administrativos, como a falta de incentivo para a reconvocação, o que já foi resolvido, e a montagem do processo de aquisição de viaturas, muito importante, tendo em vista o quadro de sucateamento encontrado”, justificou. Na nota, Santana também destacou a abertura de concurso para soldado da PM. O secretário afirmou que a queda nos demais crimes violentos, entre eles homicídios, se deveu “à atuação mais intensa das forças de segurança”.

* Tabela

Fonte: Uai

Casos de roubo crescem 17% em Minas

Publicado no Uai, por Rafael Passos

Minas Gerais registrou aumento de 17% nas ocorrências de roubo consumado no primeiro semestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho deste ano, 54. 255 mil pessoas foram vítimas desse tipo de crime no estado, contra 46.311 no primeiro semestre de 2014, segundo balanço divulgado nesta terça-feira pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

Saiba mais

Os números mostram ainda que as ocorrências de roubo aumentaram principalmente nas cidades mais populosas. Tal situação pode ser verificada em Santa Luzia e Ribeirão das Neves, ambas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde os roubos tiveram crescimento de 76,76% e 74,53%, respectivamente.

Belo Horizonte acompanha a tendência do estado com aumento de 14,69% nos casos de roubo, totalizando 19.913, conforme a Seds. A Grande BH também chama a atenção pelo crescimento de ocorrências dessa modalidade de crime. Em um ano, os roubos consumados saltaram de 28.072 para 33.732, representando aumento de 20,16%. Com alta de 29,16%, Betim lidera a estatísticas e logo atrás aparece Contagem, com 20,80%.

O balanço mostra também que violência está cada vez mais presente na vida da população do interior do estado. Em Sete Lagoas, na Região Central, o número de casos de roubo consumado cresceu 40,46%. O mesmo quadro foi constatado em Montes Claros, Norte de Minas; (35,69%), Ipatinga, Vale do Aço; (17,32%), Juiz de Fora, Zona da Mata (9,89%); e Divinópolis, Centro-Oeste (9,96%).

HOMICÍDIOS Enquanto os roubos consumados disparam em Minas, as ocorrências de homicídio registraram queda de 11,19% no primeiro semestre de 2015. Nos primeiros seis meses do ano, 1.985 pessoas foram assassinadas no estado, contra 2.235 no mesmo período de 2014. Em BH, a redução é de 29,14%, somando 304 mortes no total, e na Grande Belo Horizonte, 18,88%, o que representa 825 casos.

Fonte: Uai