Assaltos assustam alunos em dois bairros de BH
Universitários da PUC São Gabriel, na região Nordeste, e também da Unifenas, na região da Pampulha, estão assustados com a ousadia dos bandidos. Como se não bastassem as invasões a residências, lojas e restaurantes, o alvo dos bandidos nas últimas semanas, no entorno das faculdades, tem sido os alunos, principalmente aqueles que estudam à noite.
Dezenas de casos ocorreram nos último dias, nas vizinhanças da Universidade Católica, no bairro São Gabriel, deixando professores, alunos, funcionários e até ambulantes amedrontados com o clima de insegurança. Nas duas faculdades, nem mesmo uma companhia da Polícia Militar e um Posto de Observação e Vigilância (POV), que ficam a menos de 500 metros da portaria das instituições, intimidam os assaltantes.
As estudantes Larissa Scarabelli, de 20 anos, e Nayara Alves, de 25, alunas do curso de Administração da PUC São Gabriel, afirmaram que tiveram que mudar a rotina para chegar e sair da faculdade. “Não andamos sozinhas pela rua Walter Ianni, principal acesso à escola, e nem no Anel Rodoviário. Quase todos os dias ouvimos relatos de alunos assaltados e carros arrombados. Na segunda-feira, uma amiga teve sua bolsa tomada por um homem”, contou Larissa.
Uma aluna, que pediu para não ser identificada, contou que foi abordada por dois homens armados, por volta das 22h30, enquanto seguia para a Estação São Gabriel, após deixar a escola. “Fiquei com muito medo quando um dos bandidos pediu minha bolsa. Ele apontou algo em minha direção, mas não vi se era um revólver. Antes deles se aproximarem, nem imaginei que fossem bandidos. Eles estavam bem vestidos e pareciam que também eram estudantes”, afirmou.
A universitária Camila Lopes, 21 anos, contou que muitos alunos se arriscam atravessando o Anel Rodoviário na frente dos carros. “Usar a passarela é sinônimo de assalto. Basta o policiamento afastar para eles agirem”. Ela disse também que uma amiga teve o celular roubado na semana passada. Na região nem os ambulantes estão livres dos bandidos. A vendedora de cachorro-quente, Maria de Fátima, de 45 anos, teve o carro arrombado e já presenciou vários assaltos.
Na sede da 24ª Companhia que fica ao lado, um militar confirmou os casos e disse que apenas na segunda-feira foram registrados três boletins de ocorrência. Ele destacou que o número de casos pode ser maior, pois muitos alunos não registram os furtos. O tenente Francisco Barreto, do 16º Batalhão, reconhece o problema e disse que medidas de proteção estão sendo tomadas.
Na Unifenas, a estudante de medicina, Thaynara Luise Maciel, foi assaltada por volta das 19h e a poucos metros da faculdade. “Um homem bem vestido me pegou pelo braço e pediu meu celular”. Por causa do roubo, a família dela desistiu de alugar um apartamento no bairro. A aluna do 9ª período do curso de direito, Elizabeth Eler, contou que várias amigas foram assaltadas no entorno da instituição. “É na saída que os bandidos atacam”, explicou. Segundo os seguranças da escola, a direção da faculdade pediu reforço policial e há três meses não há registros de furtos na região.
Fonte: Hoje em Dia