A Crise das Polícias.

A Crise das Polícias

A criminalidade em São Paulo impacta o país. Teme-se que a calamidade transborde para outros Estados. Face à omissão dos governos, a perspectiva é a sociedade viver situações cada vez mais dramáticas. A não ser que ocorra um milagre.

Nos últimos dias, foram divulgadas inúmeras estatísticas a respeito, a demonstrar que o fenômeno, cada vez, mais reclama a atenção dos cientistas sociais. De modo geral, os números são críveis, embora alguns indiquem que estão subdimensionados.

Entre eles está o que coloca Minas Gerais em terceiro lugar entre os Estados com maior número de inquéritos de homicídios sem solução. De 12.032 casos instaurados até 2007, o Estado só concluiu 8,2% e ficou em último lugar em todo o Brasil.

Pior: de 992 apurações concluídas, 55% delas foram arquivadas, isto é, ou os crimes estavam prescritos, decorrido o prazo de 20 anos, ou os investigadores chegaram à conclusão de que, passado tanto tempo, era impossível identificar um autor.

Outra estatística deu que mais de 50% dos crimes de morte em alguns Estados são praticados por impulso ou motivos fúteis. Minas não teria informado seus dados. Segundo um especialista, aqui, esses crimes não representariam mais de 10%.

Esse dado é reforçado pelo número de pessoas apreendidas portando arma de fogo ilegalmente. O crescimento no Estado foi de 132% no ano passado, o que explica, em grande parte, o aumento no número de homicídios (25,3%) e de latrocínios (458%).

De tudo isso, se depreende que, no país, o sistema de defesa social, como um todo, está em crise. O Estado e suas polícias não estão oferecendo proteção ao cidadão. Ante a impotência do Estado, o cidadão se arma, como já fez o bandido.

Uma mudança precisa começar a partir da atenção das polícias com o cidadão. Elas precisam voltar a ser serviço público.

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