Dados oficiais do SIAFI-MG até 23 de novembro de 2025, revela um cenário preocupante: os investimentos do Governo de Minas Gerais em segurança pública seguem historicamente baixos — inferiores não apenas a outras fontes de recursos, como TACs e repasses do Ministério Público e Tribunal de Justiça, mas até mesmo às emendas parlamentares estaduais, que deveriam ser complementares, e não a base do financiamento da segurança no estado.

Os dados coletados mostram que, entre 2020 e 2025, os recursos do Tesouro Estadual nunca foram responsáveis pela maior fatia dos investimentos. Em vários anos, eles representaram a menor fonte de aportes — um indicativo claro de que o Governo de Minas tem tratado a segurança pública como prioridade apenas no discurso.

Mesmo diante desse cenário, Minas Gerais apresenta bons resultados em contenção da criminalidade, e isso só é possível por um motivo: o sacrifício diário dos policiais civis, militares, penais e bombeiros, que seguem trabalhando com estrutura insuficiente, equipamentos defasados e falta crônica de investimentos básicos.

“Os números escancaram aquilo que denunciamos há anos: se dependesse do Governo de Minas, a segurança pública já teria entrado em colapso. O verdadeiro investimento é o suor e o sacrifício dos policiais mineiros, que seguram o estado mesmo sem a estrutura necessária. Minas só está de pé graças à nossa categoria.”
— Wemerson Oliveira, presidente do Sindpol-MG

Investimentos em Segurança Pública – MG (2020 a 2025)

*Valores até 23/11/2025 FONTE: SIAFI-MG

Análise Geral dos Dados

1. Recurso do Tesouro Estadual (Governo de Minas)

– Valor mais baixo entre todas as fontes na maior parte dos anos.
– Em 2025, até novembro, apenas R$ 33,8 milhões foram investidos — queda drástica em relação a 2024.
– Mesmo no seu melhor desempenho (2024), o Governo investiu menos da metade do que outras fontes já investiram em anos anteriores.

2. Emendas Parlamentares Estaduais

– Em vários anos, ultrapassam os valores investidos pelo próprio governo.
– Em 2020, 2021 e 2024, as emendas superaram amplamente os recursos do tesouro estadual.

3. Demais Fontes (TACs, MP, TJ, outros)

– São, de longe, a principal fonte de investimentos.
– Em 2022, chegaram a R$ 449 milhões, algo sete vezes maior que o investimento do Governo de Minas naquele mesmo ano.

4. Totais Anuais

– O pico ocorreu em 2022 (R$ 556 milhões), graças às demais fontes, não ao governo.
– Em 2025, até agora, o total despencou para R$ 87 milhões, indicando forte retração no investimento geral.