Zema manda fechar delegacia de plantão do Deictran em BH e agrava caos na segurança pública

18 de junho de 2025

Enquanto viaja para a China, o governador Romeu Zema deixa mais uma herança amarga para a segurança pública de Minas Gerais: o fechamento da delegacia de plantão do Departamento Estadual de Investigação de Crimes de Trânsito (Deictran), uma das unidades mais estratégicas de Belo Horizonte, localizada na Avenida João Pinheiro, próxima à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).

A unidade é responsável por atender ocorrências de crimes de trânsito, furtos e roubos de veículos, além de desempenhar um papel essencial no registro de impedimentos em veículos furtados — um procedimento que impede que veículos roubados circulem normalmente. Após 72 horas sem registro formal, o sistema automaticamente retira o impedimento, o que pode dificultar a recuperação do bem e favorecer a ação de criminosos.

“Essa delegacia tem um papel fundamental. Os investigadores que atuam ali são os responsáveis por colocar esses impedimentos permanentes nos sistemas, e agora a população vai ficar descoberta”, alertou o presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira.

Além do impacto direto no combate ao crime, o encerramento das atividades da unidade vai gerar sobrecarga nas demais delegacias da capital, especialmente nas CEFLANs, que já enfrentam filas e excesso de ocorrências. “Tem gente que chega a esperar 10, 12 horas para fazer um simples registro de ocorrência. E não estamos falando só de quem procura a delegacia espontaneamente, mas também de pessoas conduzidas sob prisão”, explica Wemerson.

A delegacia de plantão do Deictran vinha justamente aliviando a demanda das demais unidades, funcionando como ponto de equilíbrio para o sistema policial na capital. O fechamento, sem diálogo e feito “na surdina”, como apontou o sindicato, escancara mais uma vez a falta de planejamento, respeito e compromisso do governo Zema com a segurança dos mineiros.

O Sindpol irá protocolar um pedido oficial à Chefe da Polícia Civil, delegada Letícia Gamboge, solicitando a revisão da decisão. “Quem vai sair prejudicado mais uma vez é a população. Estamos diante de uma política desastrosa de segurança pública, que penaliza quem trabalha e quem depende do serviço policial para ter justiça e proteção”, concluiu Wemerson.