Violência fora de controle: Crimes violentos crescem 28,6% colocando em xeque, choque de gestão e a Política de Segurança Pública do Governo Estadual.

Violência fora de controle: Crimes violentos crescem 28,6% colocando em xeque, choque de gestão e  a Política de Segurança Pública do Governo Estadual

Os números da insegurança pública divulgados na última sexta-feira expõem detalhes do mais grave problema social dos nossos tempos, a violência e criminalidade e a apatia e falta de habilidade dos Governos Estadual e Federal em lidar com essa matéria.

Veja cobertura feita pela Imprensa

 

Uma pessoa é roubada em Belo Horizonte a cada 20 minutos

A cada 20 minutos uma pessoa é roubada ou extorquida em Belo Horizonte. A estatística está no balanço de crimes violentos de 2013, divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). O levantamento revelou que no ano passado foram 28.640 ocorrências de crimes violentos contra o patrimônio na cidade, um crescimento de 24% na comparação com 2012, quando foram 23.032 casos. Em todo o Estado, o crescimento foi ainda maior, de 26% (veja quadro abaixo).

A alta dos crimes contra o patrimônio também puxou a chamada criminalidade violenta (estupro, homicídio, sequestro, roubo e suas tentativas). A alta foi de 22% em Minas e de 21% em Belo Horizonte.

Para o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, são três as razões para a escalada da violência: o tráfico de drogas, o envolvimento de menores na criminalidade, muitos deles sem punição, e a Lei de Flagrantes (12.413/2011), que libera bandidos suspeitos de crimes com menor potencial ofensivo da prisão. “A legislação ficou mais branda e dificultou a prisão de bandidos que cometem o mesmo delito até 15 vezes. Por outro lado, a disseminação do crack banalizou o roubo. Ainda há uma grande participação de adolescentes nos crimes e temos carência de centros socioeducativos para internação”.

Análise

Para o especialista em segurança pública da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Felipe Zilli, a explicação do secretário é rasa e demonstra uma deficiência na análise dos crimes por parte das forças de segurança do Estado.

“Essas justificativas são dadas todos os anos para justificar a alta dos crimes em Minas, que não param de crescer desde 2010. O secretário não mostra os dados que o fazem chegar a essa constatação. Acho pouco provável que exista um banco de dados que mostrem quantos crimes têm relação com o tráfico de drogas, por exemplo”, ponderou.

Questionada, a Seds não informou se há dados que justifiquem a explicação do secretário Rômulo Ferraz.

Apreensão

Em 2013, foram apreendidas 24 toneladas de entorpecentes em Minas Gerais. Segundo a Seds, o Estado foi o que apreendeu o maior volume de drogas por habitante no Brasil.

Fonte: O Tempo