Universitários buscam segurança : Cidade do Sul de Minas Gerais é a primeira do país a implementar a Rede de Repúblicas Protegidas.
Sensações comuns nos grandes centros, a falta de segurança e o medo dominam também cidades universitárias de pequeno porte, cujas moradias estudantis se tornaram alvos fáceis de assaltantes e arrombadores. Em Lavras, no Sul de Minas Gerais, a Polícia Militar (PM) inicia na próxima terça-feira a operacionalização da primeira Rede de Repúblicas Protegidas do país, cobrindo, inicialmente, 16% das 150 repúblicas do município. A expectativa da corporação é de que as demais casas coletivas de alunos venham a aderir ao processo ao longo do ano.
“Para os estudantes moradores temporários, a ação será mais que benéfica, pois as repúblicas se tornam alvos fáceis de bandidos em período de férias e de feriados prolongados. Praticamente uma é assaltada a cada mês”, diz a coordenadora de Assistência Estudantil do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Lavras (DCE-Ufla), Bruna de Oliveira. Segundo a PM, nos últimos dois anos, foram registrados pelo menos 18 boletins de ocorrência relacionados a esse tipo de crime.
De acordo com a coordenadora do projeto, tenente Edlaine Andrade de Paulo, do 8º Batalhão da PM, as repúblicas que manifestaram interesse em participar da ação serão identificadas com placas e manterão vigilância mútua entre elas. “Caberá aos moradores repassar informações à PM por meio de mídias sociais ou telefonemas”, resume.
Ainda segundo a policial, essa ação será reforçada durante as férias e em feriados prolongados, quando PMs que atuam no policiamento do campus da Ufla serão remanejados e passarão a percorrer os endereços dos estudantes, reforçando o policiamento. “Nosso intuito é ampliar a sensação de segurança. Acreditamos que, com a divulgação do processo e os resultados positivos, haverá mais adeptos à rede”, disse.
A ação teve origem no projeto Rede de Vizinhos Protegidos instituído em 2004 pelo 34º BPM, em Belo Horizonte. “Nosso maior trunfo para que haja adesão maior de repúblicas em Lavras é o êxito da Rede de Vizinhos Protegidos”, afirma a tenente Edilaine.
Avaliação
Sucesso. Criada na capital, a Rede de Vizinhos Protegidos funciona hoje em vários municípios mineiros. O resultado supera as expectativas, segundo o comando maior da Polícia Militar.
Saiba mais sobre o funcionamento
Marca. As moradias coletivas de estudantes que participam da Rede de Repúblicas Protegidas serão identificadas com uma placa.
Comunicação. Mediante algum sinal de ameaça, estudantes universitários e vizinhos das repúblicas acionam a Polícia Militar (PM) por meio de contato com policiais de plantão ou notificações em redes sociais, como Facebook, Twitter e WhatsApp.
Logística. Ao receber o chamado, a Central de Operações da PM aciona as viaturas da corporação mais próximas, para que verifiquem a situação relatada. Policiais que estiverem em serviço nas imediações também se deslocarão para o endereço da república.
Expansão. Nas férias, a Patrulha Universitária, que atua no policiamento do campus da Universidade Federal de Lavras, vai percorrer a região das repúblicas e notificar os estudantes sobre a situação dos imóveis.
Fonte: Jornal O Tempo