Tradição mantida: Polícia Civil de Minas põem fim a sequestro que durou oito dias.

Seguindo a tradição de bons serviços prestados na apuração bem sucedida de sequestros e crimes complexos, a Polícia Civil de Minas Gerais através do DEOESP, após longa negociação e gerenciamento de crise, conseguiu elucidar o sequestro em São Roque de Minas da menor Sarita M. Batista 14 anos, liberando-a sem riscos, e seu sequestrador Luzair Marques deve ser capturado a qualquer momento. Mais uma vez a Polícia Civil mineira mostra que mesmo sem efetivo, recursos e sem receber apoio governamental na mesma proporção que outras instituições, conseguem de forma abnegada dar bons resultados na apuração de crimes complexos, de clamor social e de alto potencial ofensivo.

Veja mais detalhes sobre o trabalho realizado pela Polícia Civil/MG
(Cobertura da Imprensa)

São Roque de Minas. A adolescente Sarita Marques Batista, 14, foi libertada ontem do cativeiro, na serra da Canastra, oito dias após o início de seu sequestro. Ela havia sido levada de casa, em São Roque de Minas, na região Centro-Oeste, por um primo de segundo grau, que exigiu da família o pagamento de R$ 20 mil em resgate. O valor não foi pago.

O suspeito, Lindair Marques, 32, estava foragido até as 22h30 de ontem. Durante toda a semana, a Polícia Civil montou uma megaoperação para tentar resgatar a jovem. A garota chegou à delegacia às 20h30 ontem, vestindo uma camisa da polícia. Ela estava bastante abatida. "Estou muito feliz de estar com a família. Estou ótima emocionalmente", afirmou.

O investigador do Divisão Especializada de Operações Especiais (Deoesp) Marco Aurélio Matos afirmou que Sarita foi mantida em uma barraca improvisada, feita com folhas de bananeira, em uma mata fechada na serra da Canastra, em um ponto a 5 km do centro de São Roque de Minas.

Segundo Sarita, seu primo ficou comovido com o depoimento do pai dela, o ex-prefeito de São Roque de Minas Antônio Batista Sobrinho, feito ontem à tarde à rádio local. Porém, a jovem afirmou que Marques já estava se preparando para libertá-la. "Ele já estava arrumando as coisas para me soltar. Quando ele ouviu meu pai falar, ele chorou e se arrependeu de tudo", contou a adolescente.

O investigador Matos afirmou ainda que a alimentação do sequestrador e da vítima era baseada em leite, queijo e bolachas.

O local da soltura foi combinado no decorrer da semana, em negociação entre o investigador Marco Aurélio e a advogada do suspeito, Ana Maria de Miranda. A entrega ocorreria com a garantia de que apenas ela estaria no local combinado para a libertação. Ontem, por volta das 20h, a advogada foi até a uma ponte de ferro, em uma estrada de terra, e aguardou por cerca de 40 minutos a chegada do sequestrador. Sarita foi encontrada a 50 m do local.

Na hora, segundo a advogada, o suspeito gritou: "libertei a Sarita". Buscas pelo suspeito começaram imediatamente. A advogada informou que a estratégia dela será tentar a rendição de seu cliente.

Alívio. A mãe da adolescente, Luzair Marques, estava bastante emocionada. Ela disse ontem que a primeira coisa que irá fazer neste domingo será preparar uma feijoada para a filha. "Essa é a comida que ela mais gosta. Agradeço por estarmos reunidos na Páscoa".

O pai de Sarita comemorou. Ele acredita que seu depoimento na rádio, mais cedo, tenha sensibilizado o sequestrador – que é primo de sua mulher. "Pedi para ele se colocar no meu lugar, imaginando se alguém levasse os filhos dele. Não sinto rancor algum", afirmou.

Quando as sirenes do Deoesp começaram a tocar, com Sarita em uma dos veículos, dezenas de pessoas se dirigiram à porta da delegacia. Quando a jovem desceu, a multidão aplaudiu com entusiasmo e gritou, em coro: "Sarita!, Sarita!".


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

      Fonte: Jornal O Tempo
      Disponível em: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=200360,OTE&busca=Sarita&pagina=1