Subsecretaria de Integração das polícias anuncia demissões
A subsecretária de Integração das Polícias e Avaliação de Qualidade de Minas Gerais, Georgia Ribeiro, que é ligada à Secretaria de Estado de Defesa Social, será exonerada na próxima semana. A informação foi confirmada pelo secretário de Defesa Social Lafayette Andrada nesta sexta-feira (20). Ele declarou que a Secretaria está passando por uma reformulação e que pelo menos quatro funcionários deixarão seus cargos na semana que vem.
Segundo Andrada, que está no interior do Estado, a saída da subsecretária não tem relação com a morte de policiais registradas nos últimos dias. “Essas mudanças já estavam previstas e não estão ligadas a nenhum fato novo específico. Estávamos nos preparando para essas alterações há um tempo”, disse o secretário.
As outras exonerações que serão publicadas no Imprensa Oficial de Minas Gerais – órgão de imprensa oficial do Estado – são de funcionários da subsecretaria de estatísticas e trabalho ligadas à Secretaria de Defesa Social, conforme o secretário.
Um sargento do Grupo Especializado de Ações Táticas (Gate) foi morto no último domingo (15), após trocar tiros com um policial civil. Nesta sexta um policial civil foi assassinado em Contagem, na Grande BH. A Polícia Civil prendeu três suspeitos pelo envolvimento na morte do policial.
Fonte: Jornal O Tempo, 20 de janeiro de 2012
Integração de polícias Civil e Militar perde articuladora Subsecretária responsável pela coordenação do trabalho conjunto das corporações deixa o cargo enquanto o governo prepara reforma que levará técnico para a Defesa Social
A responsável pela integração das polícias Civil e Militar, um dos cargos mais importantes dentro do sistema de defesa social de Minas Gerais, não é mais Geórgia Ribeiro Rocha. Ela foi exonerada ontem, a pedido. Segundo o secretário Lafayette Andrada (PSDB), há cerca de 10 dias a servidora havia combinado que deixaria o cargo. A decisão vem no momento em que o governador Antonio Anastasia (PSDB) prepara mudanças na secretaria responsável pela segurança do estado principalmente por conta das dificuldades na integração das duas polícias, conforme mostrou reportagem do Estado de Minas publicada ontem.
As mudanças ainda devem atingir o próprio Lafayette Andrada, Genilson Ribeiro Zeferino, que é secretário adjunto de Defesa Social, o comandante geral da PM, coronel Renato Vieira, e o chefe da PC, Jairo Lelis. Apesar de a saída de Geórgia Ribeiro coincidir com a preparação das mudanças, Lafayette Andrada garantiu que a decisão foi motivada por problemas pessoais da servidora. “Não há nenhuma relação com problemas entre as duas polícias”, afirmou o secretário.
Ainda segundo Lafayette, as divergências entre as duas corporações ficaram no passado e o assassinato de um sargento do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM por policiais civis no domingo não pode ser tratado como crise entre as polícias. “Todos estavam à paisana na porta de uma festa e, portanto, não há crise”, conclui. O comando da Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema Defesa Social passa para Frederico César do Carmo, que ocupava a Superintendência de Análise Integrada e Avaliação das Informações de Defesa Social. A exoneração de Géorgia Ribeiro Rocha deve sair hoje no Minas Gerais.
Na esteira das mudanças, a segurança pública de Minas Gerais pode ser entregue a um técnico. O governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) espera apenas uma resposta positiva do procurador de Justiça Rômulo Ferraz para anunciar seu nome no comando da Secretaria de Defesa Social. Essa é a terceira vez que o tucano tenta emplacar o representante do Ministério Público na pasta – em outras duas ocasiões Ferraz teria recusado o convite. Desta vez, não descartou a hipótese. Para assumir o cargo, o procurador terá que se licenciar do MP.
Nos bastidores, a informação é de que Ferraz, que até o dia 2 presidia a Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), não disputou a reeleição para o comando da entidade para ficar mais livre para a proposta do Executivo. A eleição para a AMMP ocorreu em 21 de novembro do ano passado, data posterior às primeiras sondagens do governador. Procurado pela reportagem, Romulo Ferraz foi categórico em dizer que participa de outra instituição e que a especulação “não tem o menor fundamento”.
Esta não seria a primeira vez que um procurador ocuparia cargos na área de segurança. Em São Paulo, até novembro do ano passado o procurador de Justiça Arnaldo Hossepian Salles Lima Júnior ocupava o cargo de secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública. Ele ocupou a cadeira durante um ano e oito meses por indicação do secretário Antônio Ferreira Pinto. Lima Júnior. Ao deixar o cargo, o procurador divulgou a seguinte nota: “Já prestei meus serviços e entendo que é o momento de voltar.”
Em Minas, a secretaria é hoje ocupada pelo deputado estadual Lafayette Andrada (PSDB), que deixando o cargo retorna à Assembleia Legislativa com a missão de assumir a liderança do governo no lugar de Luiz Humberto Carneiro (PSDB), que precisará de mais tempo para se dedicar à candidatura a prefeito de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
A reforma que o governador Anastasia pretende fazer no setor inclui ainda troca no comando das polícias Civil e Militar. O comando-geral da PM é ocupado pelo coronel Renato Vieira e a chefia da Polícia Civil está nas mãos do delegado Jairo Lelis. Para o lugar do militar estão cotados os coronéis Márcio Martins Santana e José Anísio Moura, respectivamente chefe e subchefe do Estado Maior. Para a civil, os mais prováveis são o atual subchefe da PC, Jésus Trindade, e o diretor-geral do Detran, Oliveira Santiago Maciel.
Esmeraldas
A reestruturação no setor é apontada como uma forma de amenizar a crise entre as duas corporações, ainda mais acirrada no último ano. Tudo para dar sequência ao projeto de integração entre as polícias e de eficiência nas ações de inteligência e planejamento no combate ao crime. O último episódio envolvendo as polícias foi no último domingo, em Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Na saída de um baile funk, quatro agentes da Polícia Civil seriam os responsáveis pela morte do sargento do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) Rafael Augusto dos Reis Resende, de 23 anos. Ontem pela manhã, representantes de cinco entidades de militares se reuniram para discutir o assunto e divulgaram uma nota em que questionam o fato de os policiais não terem sido presos em flagrante, pedem a designação de um representante do MP e mobilização do comando da PM para acompanhar as investigações e uma “apuração isenta, clara e transparente dos fatos”.