Na tarde da última segunda-feira (15/9), o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol/MG), representado por sua diretoria, participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sobre assédio moral no ambiente de trabalho e os impactos na saúde mental dos servidores. O debate foi promovido pela Comissão de Administração Pública, a partir de requerimento do deputado Professor Cleiton (PV).
Durante a audiência, diversos servidores relataram episódios de ameaças, transferências injustificadas e manipulação de informações, além de casos de adoecimento físico e psicológico decorrentes do assédio. O caso da investigadora Rafaela Drumond, policial civil que tirou a própria vida após sofrer perseguições e assédio em sua unidade, foi lembrado como um alerta urgente para que o Estado adote medidas efetivas de prevenção e combate a essas práticas.
Em sua fala, Vânia Corrêa, diretora do Sindpol/MG, ressaltou que a realidade vivida por policiais civis é marcada pela falta de empatia de gestores e pelo descaso do governo estadual.
“Nós temos casos gravíssimos. O que falta dentro da Polícia é empatia para tratar os colegas, porque onde o governo não está, os nossos chefes precisam estar. Infelizmente, muitos servidores são tratados como descartáveis. Há colegas com problemas graves de saúde, que não pedem afastamento, mas apenas um ajuste funcional, e ainda assim têm seus pedidos negados de forma desrespeitosa”, destacou.
Vânia também cobrou que o Estado esclareça o real encaminhamento dado aos servidores afastados por licença médica:
“Quando um colega recebe licença para tratamento de saúde, é preciso garantir de fato o atendimento. Hoje, muitas vezes, o policial é afastado sem qualquer acompanhamento médico adequado. O Sindpol tem buscado acolher esses servidores, mas essa responsabilidade precisa ser assumida pelo Estado”, afirmou.
A diretoria do Sindpol/MG reforçou, na audiência, o compromisso do sindicato em defender os policiais civis contra práticas abusivas, lutar por condições de trabalho dignas e garantir a preservação da saúde física e mental dos servidores.
“Não existe segurança pública sem uma Polícia Civil valorizada, respeitada e com estrutura para trabalhar. O assédio moral e o abandono por parte do governo não serão naturalizados. O Sindpol seguirá firme na luta por dignidade e pela vida dos policiais civis mineiros”, concluiu a diretora.