O presidente do Sindpol/MG e da Feipol Sudeste, Wemerson Oliveira, destacou a falta de vontade política do Governo de Minas em recompor as perdas inflacionárias dos servidores da segurança pública. A fala expõe um cenário de desigualdade salarial dentro da própria Polícia Civil e reforça a urgência da valorização dos profissionais da base.
Segundo Wemerson, mesmo com a melhora dos indicadores fiscais anunciada pelo Estado, o governo Romeu Zema não demonstra disposição real para corrigir as perdas acumuladas nos últimos anos.
“O governo Romeu Zema é um governo difícil. O que temos percebido é que ele não tem vontade de resolver o problema de pessoal do Estado, que é pagar a recomposição das perdas”, afirmou.
Desigualdade salarial dentro da Polícia Civil
O presidente chamou atenção para a disparidade salarial hoje existente na instituição. Enquanto delegados em cargos de chefia recebem salários que ultrapassam R$ 70 mil, investigadores — responsáveis pelo trabalho de campo, diligências e investigações — recebem cerca de R$ 5 mil mensais.
Wemerson explica que a disparidade se agravou quando o próprio governador concedeu a si mesmo um aumento de 300%, elevando automaticamente o teto salarial dos cargos mais altos e permitindo que chefes deixassem de devolver parte dos vencimentos.
“Isso é, sim, um ganho indireto. Quem está lá embaixo é que está penando”, destacou.
Auxílio-alimentação vira motivo de indignação
O presidente do Sindpol/MG também criticou o recente decreto do governo que concedeu apenas R$ 25 de auxílio-alimentação para policiais civis, militares e penais — um benefício inexistente até então. Além do valor considerado irrisório, ele foi condicionado ao cumprimento de metas, o que gerou ainda mais insatisfação entre os profissionais.
“O salário de servidor público é o que garante o mínimo de condições de trabalho. E mesmo assim, o governo impõe metas até para pagar R$ 25”, reforçou Wemerson.
Recomposição salarial segue como principal pauta
O Sindpol/MG reafirma que a recomposição das perdas inflacionárias é o ponto central para a valorização dos policiais civis. A defasagem salarial já ultrapassa 40%, afetando diretamente a motivação, a permanência e o desempenho dos profissionais que atuam na linha de frente da segurança pública.
Enquanto o governo insiste em negar avanços reais, o sindicato reforça que continuará mobilizado, dialogando com a categoria, com o Legislativo e com outras entidades de classe para garantir o reconhecimento e o respeito que a Polícia Civil de Minas Gerais merece.
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