Sindpol lamenta morte de policial penal e alerta para escoltas de presos sem superioridade de força

4 de agosto de 2025

O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol/MG) lamenta profundamente a morte do policial penal Euler Oliveira, assassinado durante uma escolta no Hospital Luxemburgo, em Belo Horizonte, na madrugada do último domingo (3/8). A tragédia expõe, mais uma vez, o descaso do Governo de Minas com a segurança pública e a negligência em relação à segurança dos próprios agentes que atuam na linha de frente do combate à criminalidade.

Segundo informações da Polícia Militar, o servidor foi baleado por um detento de 24 anos que estava internado na unidade hospitalar desde o final de julho. O preso teria iniciado uma luta corporal com o agente, conseguido tomar sua arma, atirar contra ele e fugir do hospital usando a farda da vítima. O detento foi recapturado posteriormente, já em um carro de aplicativo.

O Sindpol reforça um alerta que vem sendo feito há anos: escoltas de presos devem ser realizadas com superioridade de força, jamais por apenas um agente, e nunca por investigadores de Polícia Civil, cuja função é exclusivamente investigativa. No entanto, em diversas regiões do estado, a prática segue comum, mesmo diante da ausência de estrutura, da defasagem no efetivo e da falta de valorização dos policiais civis.

“A Polícia Civil já atua em condições precárias: faltam investigadores, faltam recursos, falta tudo. Ainda assim, são obrigados a fazer escoltas sozinhos, percorrendo longas distâncias com presos de alta periculosidade. É inaceitável”, afirmou o presidente do Sindpol, Wemerson Oliveira.

A entidade responsabiliza o governador Romeu Zema pelo cenário de insegurança e abandono vivido nas instituições de segurança pública do estado. Segundo o sindicato, essa tragédia é resultado direto da falta de investimento, planejamento e respeito com os profissionais da área.

O Sindpol se solidariza com os familiares, amigos e colegas do policial penal Euler Oliveira e reitera seu compromisso em seguir denunciando situações de risco e cobrando do governo políticas públicas eficazes que garantam condições dignas e seguras de trabalho aos policiais civis.

“O nosso compromisso segue o mesmo: lutar para que os investigadores de polícia deixem de fazer escoltas de presos, e possam cumprir com segurança o seu verdadeiro papel: investigar e proteger a sociedade”, finalizou Wemerson Oliveira.