O Sindpol, que denunciou publicamente o fechamento da Unidade de Plantão do Departamento Estadual de Investigação de Crimes de Trânsito (Deictran), em Belo Horizonte assim que soube da decisão, encaminhou ofícios à Chefe da Polícia Civil, à Secretaria de Governo e à Secretaria de Planejamento, pedindo a imediata revisão da medida. A delegacia encerrou oficialmente suas atividades nesta quinta-feira, confirmando o que o Sindpol já havia denunciado uma semana antes. A medida, tomada sem diálogo e em meio à ausência do governador Romeu Zema — que está em viagem à China e Japão — representa mais um duro golpe na já fragilizada segurança pública de Minas Gerais.
O sindicato reforça que essa foi uma decisão tomada “na surdina”, sem debate com os servidores e sem considerar o impacto na população. “Essa delegacia ajudava a equilibrar o atendimento em Belo Horizonte. Agora, as demais unidades vão absorver uma demanda que já era difícil de administrar. O resultado? Mais espera, mais insatisfação e menos investigação. Zema desmonta a segurança pública peça por peça, e a população paga essa conta”, afirma o presidente do Sindpol, Wemerson Oliveira.
Localizada na Avenida João Pinheiro, no centro da capital mineira, a unidade era estratégica para o registro de crimes de trânsito, furtos e roubos de veículos, além de prestar serviços técnicos essenciais para a população e para as investigações da Polícia Civil.
Entre os serviços prestados pelo Deictran, destacam-se o registro de impedimentos em veículos furtados, impedindo que eles circulem normalmente em caso de roubo; o atendimento a acidentes de trânsito com ou sem vítima; a formalização de ocorrências envolvendo crimes praticados com veículos automotores; o suporte técnico na regularização de veículos recuperados; e o apoio a investigações sobre clonagem e adulteração de veículos.
O registro de impedimento, em especial, é um procedimento fundamental: quando um carro é furtado e o impedimento não é lançado no sistema em até 72 horas, ele é automaticamente retirado, fazendo com que o veículo volte a circular sem restrições, o que dificulta sua recuperação e favorece a ação de quadrilhas.
“Os investigadores que atuavam nessa unidade são os responsáveis por inserir esses impedimentos no sistema. Sem essa estrutura, muita gente vai ficar desassistida. Isso favorece o crime e prejudica o cidadão”, alertou o presidente do Sindpol, Wemerson Oliveira.
Com o fechamento, as ocorrências de trânsito serão redistribuídas para outras delegacias de plantão que já enfrentam alta demanda e sobrecarga. São elas:
📍 DEPLAN I – Rua Pouso Alegre, 417 – Floresta
📍 DEPLAN II – Rua Conselheiro Rocha, 321 – Floresta
📍 DEPLAN III – Av. Sinfrônio Brochado, 940 – Barreiro de Baixo
📍 DEPLAN IV – Av. João XXIII, 287 – Alípio de Melo
O Sindpol/MG seguirá mobilizado e cobrando que a estrutura da Polícia Civil seja respeitada, valorizada e fortalecida. Fechar delegacias não é economia — é retrocesso.