O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG) realizou visitas às unidades policiais das cidades de Araçuaí, Salinas, Itinga, Coronel Murta e Virgem da Lapa, entre os dias 12 e 15 de maio. A comitiva foi composta pelo presidente do sindicato, Wemerson de Oliveira, e pelos diretores Breno Almeida e Vander Tavares.
Durante as visitas, o Sindpol constatou a precariedade da estrutura física e operacional das delegacias, além da grave falta de efetivo policial. Em algumas unidades, sequer havia a presença de policiais civis, sendo o atendimento prestado por servidores municipais cedidos pelas prefeituras locais.
No município de Itinga, a delegacia funciona sob responsabilidade de uma estagiária, cedida pela prefeitura, designada como Escrivã Ad Hoc. Por não ser servidora da Polícia Civil, ela não possui treinamento específico nem porte de arma, o que a expõe a riscos elevados inerentes à função. O diretor Breno Almeida alertou sobre a situação:
“A gente sabe muito bem que a atividade policial envolve risco. E ela sozinha aqui? Isso é um absurdo. A Polícia tem que atuar com supremacia de força. Ela, por ser servidora da prefeitura, não tem porte de arma, não tem treinamento específico. Isso é um completo absurdo. Estão correndo o risco aqui de sujar as mãos de sangue.”
A situação se repete nas outras cidades, onde as unidades também operam com servidoras cedidas pelas prefeituras e infraestrutura mantida pelos próprios municípios.
Para o Sindpol-MG, trata-se de mais um reflexo do descaso do governo Zema com a Polícia Civil. Além da ausência de recomposição salarial, a categoria enfrenta más condições de trabalho, falta de valorização profissional e, sobretudo, a insuficiência de efetivo para garantir a segurança da população mineira.