Sindpol denuncia: Governo Zema impõe racionamento de combustível e paralisa investigações da Polícia Civil

22 de maio de 2025
SINDIPOL DENUNCIA: Governo Zema impõe racionamento de combustível e paralisa investigações da Polícia Civil

A segurança pública em Minas Gerais está sob ataque. O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol/MG) denuncia que o Governo do Estado, sob a gestão de Romeu Zema, está colocando em risco o trabalho investigativo da Polícia Civil com medidas de contingenciamento severas e irresponsáveis.

Desde o corte de R$ 1,1 bilhão anunciado pelo governo sob o pretexto de evitar uma “calamidade financeira”, viaturas da Polícia Civil foram submetidas a um racionamento de combustível. Agora, cada veículo pode ser abastecido, no máximo, cinco vezes por mês, independentemente da complexidade ou urgência das diligências.

Comunicados internos revelam ainda mais limitações: todas as viaturas com motorização flex devem ser abastecidas com etanol — mesmo sendo sabidamente menos eficiente — e só em postos credenciados.

Investigações interrompidas por falta de combustível

“O que está acontecendo é gravíssimo. Investigações estão sendo interrompidas porque a viatura simplesmente não tem mais cota de combustível para continuar o percurso”, denuncia Wemerson Oliveira, presidente do Sindpol/MG. “Já tivemos o caso de um colega que precisou tirar dinheiro do próprio bolso para retornar de uma diligência. É inadmissível.”

O presidente ressalta ainda que os cartões de abastecimento são automaticamente bloqueados após o uso do limite mensal. Ou seja, ultrapassar a cota não é permitido nem em casos emergenciais.

“Temos diligências que começam em Belo Horizonte e seguem para outras cidades ou até para outros estados. A nova regra obriga a investigação a ir até onde o tanque permitir. Quando acaba, para-se tudo. Quem ganha com isso? O crime”, questiona Wemerson.

Um descaso que afeta toda a população

A situação, segundo o Sindpol, tem gerado desmotivação e revolta entre os servidores da segurança pública. “O problema não é apenas dos policiais. Quando o Estado impede uma investigação, está favorecendo diretamente a criminalidade. E o povo mineiro já sente os reflexos disso nas ruas: mais insegurança, mais medo e menos respostas por parte do poder público”, alertou Wemerson.

Além disso, o Governo impôs normas que chegam a sugerir que os policiais economizem combustível dirigindo em marchas corretas e só liguem o ar-condicionado em rodovias, com janelas fechadas. “É um nível de precarização que beira o deboche”, afirma o sindicalista.

Postos recusam abastecimento por falta de pagamento

O cenário é ainda mais alarmante: alguns postos de combustíveis se recusam a abastecer viaturas da Polícia Civil por falta de pagamento do governo. O próprio presidente do Sindpol confirma que há registros de recusa no fornecimento de combustível, deixando viaturas paradas e policiais constrangidos.

“Estamos orientando que os colegas mantenham a calma, respeitem os frentistas, mas que também façam valer a lei caso sejam ofendidos ou desrespeitados durante essas negativas”, afirmou Wemerson.