O Presidente, Vice e demais membros da direção deste sindicato participaram, na tarde de hoje, de mais uma assembleia da categoria dos trabalhadores em educação do Estado de Minas Gerais que se encontram em greve hà mais de 60 dias sem manifestação de um possível acordo por parte do Governo.
Os professores reivindicam o pagamento do piso salarial nacional de R$ 1597,87; em contrapartida, o governo insiste em pagar o piso de R$ 369,00 mais vantagens e gratificações pessoais (que é mérito de cada um em razão do tempo de serviço) ou implantação de um subsídio de R$ 1150,00 geral para todos desconsiderando vantagens, gratificações e tempo de serviço.
A negativa do governo expõe toda a educação do estado a um sério risco, pois, com a ameaça de congelamento de seus salários sem quaisquer perspectivas de melhoras ou reconhecimento do tempo de serviço, os profissionais de educação não voltam as suas atividades e muitos se desestimulam em continuarem na profissão o que, em médio prazo, representa um sucateamento total do processo de educação e cidadania da sociedade.
A greve dos trabalhadores é o último recurso de uma categoria que está mobilizada na busca de negociação com o governo já ha quase dois anos, pois esta mesma pauta vem sendo cobrada insistentemente desde Março de 2010.
O apoio que todo movimento sindical tem destinado aos profissionais de educação em greve, representa a consciência e o compromisso social que devemos ter com esse serviço essencial para o desenvolvimento da sociedade de nosso país. A negativa do governo em valorizar a educação retrata a inversão de valores que esta administração centrada na tecnocracia que não mede esforços para investir em incentivos fiscais para setores da iniciativa privada, mas que divaga, retarda e dificulta suas ações quando o assunto é valorizar o serviço público, seja na saúde, na educação, na segurança, dentro outros tão essenciais para a materialização da administração pública como um todo.
Ainda ontem, em reunião realizada no Hotel Normandi BH em Belo Horizonte, dezenas de dirigentes sindicais definiram um calendário de lutas e ações em apoio à luta dos trabalhadores em educação, ações estas que se estendem ao longo deste mês de Agosto podendo chegar ainda em Setembro, caso o governo não negocie.
É importante ressaltar que, enquanto dificulta acesso para as negociações, o governo do estado, através de seus órgãos, tem gastado uma fábula em campanhas publicitárias tentando induzir e levar a erro toda a população omitindo o fato de que o salário básico dos trabalhadores em educação de ensino médio em Minas Gerais é de R4 369,00 (menos que o salário mínimo) e os de Licenciatura Plena, curso superior, é de R4 540,00. Esses míseros salários obrigam os trabalhadores a se sacrificar em dupla e, às vezes, até mesmo tripla jornada para complementar os seus parcos vencimentos no sustendo de suas famílias, logo esse caminho não leva a educação ao desenvolvimento e sim ao desespero.
Esperamos que impere o bom senso e assim como tem negociado com a segurança e a saúde, o governo também negocie com a educação.