Os servidores do Executivo mineiro estão indignados com a escala de pagamento do salário relativo ao mês de julho, divulgada na última terça-feira pelo governo do Estado. Eles alegam que, da maneira como foi montada, a forma de pagamento é mais prejudicial se comparada ao modelo utilizado pelo governo do PT, quando o salário era escalonado em até três vezes.
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público de Minas (Sindpúblicos-MG), Geraldo Henrique, lamentou a situação e declarou que o governo Zema “parecia que estava tentando regularizar a situação do atraso do pagamento”. “Esse escalonamento discriminatório e cruel, que é feito desde fevereiro de 2016, continua na atual gestão, maltratando os servidores do Estado de Minas Gerais, provocando problemas financeiros, psicológicos e diversos outros”, disparou.
O vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas (Sindpol), Marcelo Armstrong, contou que a categoria está revoltada e indignada. “O Zema conseguiu piorar a escala do governo do PT. Eles pagavam em três parcelas, e geralmente a última era no dia 27. Agora, o governador conseguiu colocar a segunda parcela no dia 27, nós estamos com um mês de salário atrasado”, disse.
Armstrong lembrou que o Executivo é o único Poder que não recebe o salário em dia. “O Legislativo e o Judiciário estão recebendo no quinto dia útil do mês. Eles já receberam, inclusive, a metade do 13º salário relativo a este ano”, disse.
Em nota de repúdio, o presidente da Associação dos Oficiais (AOPMBM), Ailton Cirilo, afirmou que Zema “conseguiu piorar o que já era muito ruim”.
Já para a coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores de Minas Gerais (Sind-UTE), Denise Romano, o atraso nas parcelas do pagamento do salário do funcionalismo público é uma questão política. Para ela, a intenção do Executivo é conseguir a aprovação do Plano de Recuperação Fiscal na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
“A questão da escala de pagamento divulgada pelo governo é o início do jogo para forçar a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal. Às vésperas de encaminhar o regime para a assembleia, o governo quer instalar terror nos trabalhadores, ele quer usar o parcelamento do salário para pressionar, para dizer que a recuperação fiscal é uma boa para o Estado”, declarou.
Fonte: Jornal O Tempo